Após embate com filho de Bolsonaro, Bebbiano é o primeiro ministro a cair

Reprodução/RodaViva

O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, anunciou nesta segunda-feira (18) a exoneração do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno Rocha. Segundo ele, foi uma decisão de “foro íntimo” do presidente da República. A decisão ocorre cinco dias após um dos filhos de Jair Bolsonaro chamar Bebianno de mentiroso.

Rêgo Barros leu uma nota oficial, em nome do presidente Jair Bolsonaro, informando que ele “agradece sua dedicação” e deseja “sucesso na sua nova caminhada”. “O excelentíssimo senhor presidente da República decidiu exonerar, nesta data, do cargo de ministro, o senhor Gustavo Bebianno Rocha. O senhor presidente da República agradece sua dedicação à frente da pasta e deseja sucesso na nova caminhada”, disse Rêgo Barros, negando que a decisão pela exoneração tenha ocorrido há alguns dias.

O porta-voz confirmou que o general Floriano Peixoto assumirá de forma definitiva a Secretaria-Geral da Presidência. A pasta é responsável pela implementação de medidas para modernizar a administração do governo e avançar em projetos em curso. É uma das pontes entre o Palácio do Planalto e a sociedade.

Ao ser indagado sobre a demora em demitir Bebianno, disse: “Nosso presidente demandou o tempo necessário para a consecução de sua decisão”. Momentos depois, em vídeo divulgado por sua assessoria (mas não até agora em suas redes sociais), Bolsonaro agradeceu os serviços prestados por Bebianno no período eleitoral e durante os 48 dias em que esteve no Governo.

Disse ainda que, desde a semana passada, “diferentes pontos de vistas, sobre questões relevantes trouxeram a necessidade de uma reavaliação”. Alegou que pode ter “havido incompreensões e questões mal-entendidas de parte a parte” e desejou sorte ao seu antigo aliado.

Exoneração

A demissão do ministro foi confirmada em meio a uma crise no governo, que se originou com a suspeita de que o PSL usou candidatura laranja nas eleições do ano passado. Além disso, a situação também envolve Gustavo Bebianno e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), um dos filhos do presidente da República, que teriam se desentendido.

Bebianno, presidente do PSL na época da campanha eleitoral, é suspeito de irregularidades no repasse de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para candidatas do partido.

Questionado, Bebianno negou participação nas irregularidades. “Reitero meu incondicional compromisso com meu país, com a ética, com o combate à corrupção e com a verdade acima de tudo”, disse o ministro, em nota divulgada na semana passada.

No último dia 12, após a reportagem da Folha de S.Paulo, Bebianno negou em entrevista ao jornal O Globo que fosse o pivô de uma crise dentro do governo e acrescentou que, somente naquele dia, havia falado com o presidente por três vezes. Na ocasião, Bolsonaro ainda estava internado em razão de uma cirurgia.

Após a publicação da entrevista, um dos filhos de Bolsonaro, Carlos, usou uma rede social para dizer que Bebianno mentiu ao dizer que havia falado com o presidente. Carlos e o próprio Bolsonaro chegaram a divulgar um áudio no qual, segundo eles, o presidente diz a Bebianno que não podia falar com o então ministro.

Bebianno era considerado um dos homens de confiança de Bolsonaro. Ele foi um dos coordenadores da campanha eleitoral do presidente, costurou o acordo que levou Bolsonaro ao PSL e presidiu a legenda durante a corrida eleitoral de 2018.

O presidente Jair Bolsonaro determinou a investigação das candidaturas laranjas.

Com Agência Brasil

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!