Bolsonaro culpa PT pela alta dos combustíveis e reconhece dificuldade para se reeleger

Bolsonaro
Na mesma entrevista o presidente ainda celebrou ter ‘freado’ pautas LGBT durante o governo (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a culpar o governo PT pela atual alta no preço dos combustíveis. A declaração foi dada em entrevista à rádio Viva FM, nesta segunda-feira (17). Na mesma ocasião, o mandatário deu declarações homofóbicas e reconheceu que terá dificuldades para se reeleger.

Segundo o presidente, o governo petista deixou a Petrobras endividada, o que influencia na variação de preço nos combustíveis. “Falta pagar no corrente ano mais R$ 60 bilhões e aí a Petrobras volta à estaca zero. Ela pode sim trabalhar melhor e investir melhor e ter um produto mais barato nas refinarias”, declarou.

Bolsonaro ainda insinuou que o retorno do PT ao poder poderia piorar a situação. “Agora, a gente vai entregar essa Petrobras saneada para quem a roubou no passado, voltar a roubar no futuro? Bem, essa decisão está na mão da população brasileira”, disse.

Esta não é a primeira vez que o presidente faz essa associação. No último dia 1º, ele fez uma publicação sobre o assunto nas redes sociais. “A Petrobrás vem se recuperando de desmandos e desvios praticados num passado bastante recente, mas que ainda refletem nos preços dos combustíveis de hoje”, escreveu.

‘Defesa da família’

Na entrevista, o presidente também falou sobre o trabalho da sua gestão no combate ao avanço das pautas LGBT+. Para ele, essa é uma conquista, atribuída também à ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Bolsonaro também celebrou a nomeação de André Mendonça ao STF, porque isso daria “paz para os cristãos e brasileiros que defendem a família”.

“Ninguém é contra duas pessoas conviverem no seu canto e vá ser feliz. Cada um faz o que bem entender da sua vida e quem acredita, né, vai ver depois como se entende lá na frente, quando deixar essa terra. A gente não entra nessa seara”, insinuou também o presidente.

Bolsonaro também se vangloriou de combater essas pautas, antes mesmo de ser presidente. Para ele, esse combate potencializou sua popularidade para a eleição de 2018. “Existem dois seres quaisquer que se juntam e passam a ser uma família e ponto final. Foi uma outra briga muito grande que eu entrei contra ele (PT) e tivemos sucesso em parte, porque não é fácil lutar contra essa pautas num governo de esquerda, governo do PT, mas, com o passar do tempo, isso potencializou a gente por ocasião das eleições”, declarou.

Dificuldades na reeleição

Na conversa com a emissora de rádio do Espírito Santo, Bolsonaro reconheceu que poderia ter dificuldades para vencer a eleição de 2022. “A missão está posta, obviamente a gente vai ter problemas numa possível reeleição, mas temos que brigar para que nós não venhamos voltar atrás em função de tudo que já aconteceu no Brasil”, ponderou.

O presidente aproveitou a oportunidade para pedir a união de seus apoiadores. “Vamos cada um respeitar a posição do outro, quem é contra ou quem é a favor, seja o que for. Vamos tentar convencer o outro lado e, caso não possamos convencê-los, vamos seguir a nossa vida. Não vamos brigar entre nós. Afinal de contas, o bem maior que nós temos é a liberdade, não podemos perder por ter desavenças entre nós”, orientou.

Edição: Giovanna Fávero
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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