Bolsonaro diz que liberdade de expressão é ‘inegociável’: ‘Não se pode admitir interferência’

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Presidente da República discursou na Marcha dos Prefeitos na manhã de hoje (Reprodução/Câmara dos Deputados/YouTube)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a polemizar, na manhã desta terça-feira (26), ao afirmar que a liberdade de expressão é inegociável. A fala surge em um momento delicado com o Poder Judiciário, que cobra um posicionamento do mandatário sobre o perdão concedido ao deputado federal Daniel Silveira.

“Tem um bem maior do que a nossa própria vida. Essa é a nossa liberdade: inegociável. Quantos de nós somos agredidos ao longo de nossa vida pública? Lamentamos, não queremos ser agredidos. Mas temos mecanismos, temos como buscar reparar tudo isso daí”, começou o presidente da República na abertura da Marcha dos Prefeitos de 2022.

Bolsonaro prosseguiu, afirmando que “não podemos admitir que alguns de nós, que possam ter certos poderes, interfiram no destino final da nossa nação, nesse nosso bem maior, que é a nossa liberdade de expressão”, disparou à plateia, em meio a aplausos.

Divergências

Antes disso, o chefe do Executivo mencionou os atritos com a Câmara dos Deputados e Senado. Ele voltou a comentar sobre as dificuldades de ocupar a cadeira presidencial, além de observar uma suposta qualidade na condução do governo durante a pandemia do novo coronavírus.

“Confesso, por vezes eu elevo o pensamento a Deus e pergunto: ‘O que eu fiz pra merecer isso?’. Porque se para a prefeitura não é fácil, imagine para a presidência da República. Creio que todos nós já pedimos também, como lá atrás Salmão pediu, força pra resistir e coragem pra decidir”, disse o chefe do Executivo.

Bolsonaro disse que o governo federal trabalha em consonância com a Câmara e com o Senado, ainda que existam “divergências naturais” da política. Ele classificou a condução do país como favorável, pontuando que, se não existisse pandemia, o Brasil estaria “muito melhor” do que aquele que seu governo recebeu em 2019.

Confira cerimônia na íntegra:

STF cobra resposta de Bolsonaro

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu dez dias para o presidente Jair Bolsonaro prestar informações sobre o indulto concedido ao deputado federal Daniel Silveira.

Na última semana, o parlamentar foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes e coação no curso do processo. No dia seguinte à condenação, Bolsonaro assinou decreto presidencial perdoando a pena.

Rosa Weber é relatora de seis ações que contestam o decreto presidencial. Na decisão, ela também demandou a ação ao plenário, por ser matéria de “relevância e especial significado para a ordem social e a segurança jurídica”.

Edição: Vitor Fernandes
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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