O presidente da República Jair Bolsonaro (PL) declarou, nessa quinta-feira (3), que o Brasil continua neutro em relação à guerra entre Ucrânia e Rússia. Em live em seu canal no YouTube, o líder Executivo também falou sobre o aumento no preço dos combustíveis durante o conflito e as ameaças econômicas que o país pode enfrentar de agora em diante.
Bolsonaro esclareceu que o Brasil torce para o fim da guerra entre as nações europeias. Ao lado da ministra da Agricultura Tereza Cristina, discursou sobre a situação brasileira em meio aos ataques russos ao território ucraniano e concluiu que a Petrobras tem responsabilidades próprias no combate às altas nos combustíveis no país.
“A guerra realmente não vai produzir efeitos benéficos para nenhum dos dois países e muito menos para o mundo. Qualquer conflito, como estamos vendo esse agora, as consequências tão aí. O preço do petróleo lá fora disparou”, iniciou o presidente, comentando sobre o preço do dólar e as expectativas de queda no valor monetário.
‘Faremos pela paz’, diz Bolsonaro
“Muita gente me questiona que eu tenho que ter uma posição mais firme de um lado ou de outro. O Brasil continua numa posição de equilíbrio, nós temos negócios com os dois países, não temos a capacidade de resolver esse assunto. Então, o equilíbrio é a posição mais sensata por parte do governo federal. E nós torcemos, no que for possível faremos pela paz”, prosseguiu o presidente.
Jair Bolsonaro reforçou que não vai interferir na Petrobas e que a companhia sabe de sua responsabilidade e tem ciência de como colaborar para que o preço dos combustíveis não disparem no Brasil. “Num momento de crise como esse, esse lucro [da Petrobras], dependendo da decisão dos diretores, do conselho, do presidente, pode nesse momento de crise ser rebaixado um pouquinho pra gente não sofrer muito aqui. Senão vem uma inflação enorme aqui dentro”, avaliou.
Presidente exalta posse de armas
Na sequência, Bolsonaro falou também que o Brasil deseja que a paz reine, mas não compete ao governo federal interferir nos resultados bélicos da Europa. “Nós torcemos pelo fim do conflito. Nós somos da paz e temos que ter muita responsabilidade nessas questões. Nós não podemos buscar solução pra um problema lá fora, que passa muito mais pelos contendores que por nós, trazer um problema maior para o nosso solo pátrio aqui”.
“Somos um país de cristãos, um país que tem sido exemplo para o mundo, em especial na questão ambiental […] E nós sabemos do que nós temos que fazer para garantir à nossa população paz, e isso é investir nas Forças Armadas”, pontuou, falando sobre o interesse de outras nações na Floresta Amazônica, que seria um diferencial do Brasil.
“Armados, estamos em situação de igualdade. Obviamente não queremos o conflito, mas quem está armado impõe respeito. E a arma de fogo, que nós quando concedemos, são pessoas que têm responsabilidades. Tem que cumprir alguns critérios, e essa arma de fogo, então, passa a ser um elemento de dissuação”, concluiu, exaltando o armamento.
Alimentação sofre prejuízos da guerra
Questionada sobre os impactos alimentícios da guerra entre Ucrânia e Rússia, a ministra Tereza Cristina pontuou que a inflação não atinge somente os brasileiros. A líder comentou sobre alguns dos principais produtos exportados pelo governo ucraniano, afirmando que as consequências bélicas invariavelmente trarão prejuízos econômicos ao Brasil.
“Infelizmente, temos hoje uma inflação nos alimentos. A Ucrânia é um grande produtor de alimentos. Eles produzem muito milho, muito trigo. Nós vemos aí o trigo subindo lá nas alturas. Eles produzem girassol, muita cevada. E os países pra quem eles exportam ali na Europa vão ter problemas de suprimento, e tudo isso faz com que a economia e a instabilidade gerem uma alta de preços”, finalizou.
Confira live na íntegra:
