‘Bolsonaro promete ministério para quem encarcerou seu rival’, diz jornal britânico

The Times/Reprodução

Uma das matérias do jornal The Times desta quinta-feira (1º) destaca em uma das manchetes principais do noticiário internacional da publicação o convite feito pelo recém-eleito Jair Messias Bolsonaro ao juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro: “Jair Bolsonaro promete ministério para quem encarcerou seu rival”, se referindo à indicação do presidente eleito do juiz Sérgio Moro ao Ministério da Justiça. 

Segundo o jornal britânico, “o presidente eleito da extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, ofereceu um emprego em seu novo governo para o juiz anticorrupção, cuja investigação levou à prisão de seu rival político”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Bolsonaro, que indicou que planeja reduzir pela metade o número de ministérios, disse que Sérgio Moro seria ‘de extrema importância em um governo como o nosso’. O advogado formado em Harvard receberia uma posição como ministro da Justiça ou se tornaria um juiz da Suprema Corte, disse ele. O juiz disse que se sentiu “honrado” e consideraria a oferta.”

Na tarde desta quinta, Moro disse aceitar o convite de Bolsonaro para conduzir o Ministério da Justiça, apesar de lamentar ter de abandonar a carreira de juiz, na qual atua há 22 anos. A ex-presidente Dilma Rousseff fez duras críticas à indicação de Moro ao cargo em seu Twitter.

Imprensa internacional repercute eleições brasileiras
e fala dos desafios

Jornais internacionais destacam eleição no Brasil
Montagem/Agência Brasil/Reprodução

No início da semana, logo após o término das eleições presidenciais no Brasil, a imprensa internacional repercutiu a vitória de Jair Messias Bolsonaro em tom crítico. Principal jornal norte-americano, o The New York Times afirmou que o Brasil é o mais recente país a se encaminhar para a extrema direita, elegendo um populista como presidente “na mais radical mudança política desde que a democracia foi restaurada há mais de 30 anos”. “O novo presidente, Jair Bolsonaro, exaltou a ditadura militar do país, defendeu a tortura e ameaçou destruir, prender ou mandar para o exílio seus oponentes políticos”, diz o texto.

O também norte-americano Washington Post comparou Bolsonaro ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por ele utilizar de forma intensa as redes sociais e apresentar-se como a nova alternativa.

O foco da agência de notícias Reuters foi a economia. Com base em declarações do coordenador econômico da equipe de Bolsonaro, Paulo Guedes, destacou que a reforma da Previdência será prioridade. Outra agência de notícias, a Bloomberg, ressaltou o discurso de austeridade e recuperação das contas públicas.

O espanhol El País mencionou um período de “incertezas” para o novo governo e o francês Le Monde menciona o que chama de “extrema direita”.

Para a Xinhua, agência pública de notícias da China, o desafio do presidente eleito é dar mais celeridade à economia brasileira. A preocupação dos jornais argentinos Clarín e La Nación focou no possível enfraquecimento do Mercosul. O receio se baseia em uma declaração de Paulo Guedes sobre não incluir o bloco entre as prioridades do próximo governo.

O jornal inglês The Guardian trouxe em sua manchete na versão on-line a vitória do candidato do PSL. “Um populista de extrema-direita, pró-armas, pró-tortura foi eleito como o próximo presidente do Brasil após uma eleição dramática e profundamente dividida que deve mudar radicalmente o futuro da quarta maior democracia do mundo”, afirmou a reportagem. Segundo o veículo, Bolsonaro construiu sua campanha com os lemas de combate à corrupção, ao crime e a uma suposta ameaça comunista no país.

O francês Le Monde também trouxe a eleição de Bolsonaro em sua manchete, ressaltando que o presidente eleito prometeu “mudar o destino do país”. O jornal ainda destacou que Fernando Haddad, o candidato do PT derrotado no segundo turno, pediu que “seus 45 milhões de eleitores sejam respeitados”.

O espanhol El País publicou em sua manchete que a vitória de Bolsonaro leva a extrema direita ao poder no Brasil. Segundo a reportagem, o “ultradireitista” Bolsonaro, “nostálgico da ditadura”, ganhou de forma contundente a eleição. “Ambos [Bolsonaro e Haddad] se enfrentaram em uma campanha marcada pela tensão, pelo triunfo da desinformação nas redes sociais, e, sobretudo, pelas atitudes antidemocráticas de Bolsonaro”, disse o jornal espanhol.

O argentino El Clarín afirmou que a campanha de Bolsonaro se baseou nas denúncias contra a corrupção de governos petistas e contra a insegurança pública. Citando o discurso de Bolsonaro após a confirmação de sua vitória, o jornal destacou que o presidente eleito se comprometeu a “seguir a Constituição, a democracia e a liberdade”, citou a Bíblia e disse que fará reformas para transformar o país em uma nação “grande, livre e próspera”.

Com informações da Agência Brasil

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!