O presidente Jair Bolsonaro (PSL) não participou da coletiva de imprensa que estava prevista para esta quarta-feira (23), no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O presidente e a equipe de ministros que o acompanha cancelaram a participação no evento 40 minutos antes do combinado.
Também foram suspensas as entrevistas com os ministros Sérgio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia).
Eu falei mais tempo na defesa do meu TCC do que o Bolsonaro em Davos
— math (@mathcsad) 23 de janeiro de 2019
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o assessor da Presidência Tiago Pereira Gonçalves disse aos jornalistas que aguardavam o presidente que o cancelamento da entrevista foi por conta da “abordagem antiprofissional da imprensa”.
Davos seria o palco da apresentação das grandes reformas. Bolsonaro falou seis minutos, foi no bandejão e cancelou encontros bilaterais. Guedes não foi na sessão com o FMI. Moro não respondeu sobre Flávio. Ernesto parece que não vão deixar falar para a vergonha não ser maior.
— Moisés Gwannael (@gwannael) 23 de janeiro de 2019
Entretanto, outra versão dada aos profissionais da imprensa foi a de que o presidente precisa se poupar para o procedimento cirúrgico de retirada da bolsa de colostomia, previsto para a próxima segunda-feira (28).
Entrevista
Mais cedo, em entrevista exclusiva à emissora de televisão da Bloomberg, empresa internacional de notícias, em Davos, na Suíça, o presidente Jair Bolsonaro disse que a reforma da Previdência que será enviada ao Congresso trará “substanciais” cortes nos desembolsos previdenciários e estabelecerá uma idade mínima de aposentadoria. Paralelamente, ele confirmou que o plano de privatização está quase pronto.
Na entrevista, Bolsonaro se disse comprometido a adotar medidas para impedir qualquer movimento negativo na economia brasileira. Segundo o presidente, há uma “consciência” no país que as reformas em discussão, como a da Previdência e a tributária, são “vitais”.
Comércio exterior
De acordo com a publicação da Bloomberg, Bolsonaro disse que há esforços para modernizar o Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além da Venezuela, que está suspensa) e permitir que o Brasil faça acordos comerciais separados do bloco.
Minha pergunta é: se apenas a “imprensa brasileira mal intencionada” está avaliando negativamente a participação de Bolsonaro em Davos, como os Bolsominions estão dizendo, por que ele não quis participar da coletiva de imprensa?
— Bruno Fernandes de Lima (@BRUNOFDELIMA) 23 de janeiro de 2019
Isso aí: contribuinte pagando tour de Bolsonaro e equipe em Davos, com o bônus de fazer o Brasil passar vergonha internacional. Cada um tem o 7×1 que merece.
— Tiger Jerusalem (@tiger_jerusalem) 23 de janeiro de 2019
O texto menciona o impasse nas negociações entre Mercosul e União Europeia. De acordo com a reportagem, o presidente afirmou que as dificuldades envolvem a resistência da França à demanda brasileira relacionada a bens agrícolas.
Explicações
Durante a entrevista à Bloomberg, segundo a reportagem, o presidente fez questão de responder sobre as investigações relacionadas às movimentações financeiras atípicas envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
Canções mais longas que o discurso de Bolsonaro em Davos:
Racionais MCs – Fórmula Mágica da Paz
Legião Urbana – Faroeste Caboclo
Jeff Buckley – Hallellujah
Television – Marquee Moon
Facção Central – https://t.co/3HoTsV99lt— amauri (@amaurigonzo) 23 de janeiro de 2019
De acordo com Bolsonaro, se for comprovado que o filho errou, “terá que pagar o preço” pelas ações atribuídas a ele.
Com Agência Brasil