Renan Calheiros defende cassação de Kim Kataguiri após fala sobre nazismo no Flow: ‘Caso de cadeia’

Kim Kataguiri
Senador classificou fala de deputado como ‘caso de polícia’ (Arquivo/Agência Brasil)

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) usou as redes sociais para defender a cassação do deputado federal Kim Kataguiri (Podemos) depois de ele declarar que o nazismo não deveria ter sido criminalizado na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. O comentário foi feito durante a participação no Flow Podcast, apresentado até então por Monark, nessa segunda-feira (7).

De acordo com Calheiros, apologia ao crime de nazismo é caso de cadeia, não opinião. Assim sendo, as declarações que geraram revolta e tomaram conta da internet não devem ser relativizadas. “Monark merece condenação além da demissão. Já o deputado, cassação por desrespeito às vítimas do holocausto, judeus e aos brasileiros”, avaliou em seu perfil no Twitter. O político finaliza dizendo que o assunto deve ser levado à polícia.

Veja publicação abaixo:

Kim Kataguiri se posiciona

O podcaster Monark é um dos assuntos mais comentados da semana desde que defendeu a existência de um partido nazista no Brasil. O sócio do Flow sofreu inúmeras represálias e foi desligado do cargo de apresentador após questionar se “as pessoas não têm direito de ser idiotas” e se “ter uma opinião racista é crime”.

Seguindo o mesmo caminho, o deputado Kim Kataguiri, convidado do episódio que gerou a polêmica, foi alvo de críticas de grupos judaicos, defensores dos direitos humanos e do público, de forma geral. Os internautas apontam que não é de hoje que o político manifesta tendências ao totalitarismo.

“O que eu defendo que acredito que o Monark também defenda, é que por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que o sujeito defenda, isso não deve ser crime”, declarou na transmissão.

No Twitter, Kim defendeu que sua fala foi mal interpretada. “O que eu realmente disse sobre o nazismo: muito melhor expor a crueldade dessa ideologia nefasta para que todos vejam o quanto ela é absurda. Sufocar o debate só faz com que grupos extremistas cresçam na escuridão e não sejam devidamente combatidos e rechaçados”, postou nessa terça-feira (8), um dia após o episódio.

‘Não dá pra me chamar de nazista’

No Instagram, Kim Kataguiri também publicou uma mensagem à comunidade judaica nessa terça-feira (8) e assumiu que “falhou” em representar o grupo. Ele declarou repúdio ao antissemitismo e comentou que sua real intenção durante o podcast era, justamente, apontar a crueldade que existe nesse preconceito.

De acordo com o deputado, ele quis dizer que a melhor maneira de combater o nazismo é “jogar as ideias às claras”. Isto é, permitir que as pessoas leiam e tenham acesso a obras nazistas, como o Mein Kampf de Adolf Hitler. Kim argumentou que quem o está acusando de ser nazista é “mau caráter”, uma vez que em momento algum ele fez apologia ao crime.

Confira declaração abaixo, na íntegra:

Edição: Giovanna Fávero
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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