Perícia confirma que tiros atingiram ônibus da caravana de Lula no Paraná

Laudo pericial diz que tiros contra ônibus foram disparados por arma de calibre 32

Laudo do Instituto de Criminalística do Paraná confirmou que um dos três ônibus que faziam parte da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou pelo estado na semana passada, foi atingido por dois disparos de arma de fogo. O laudo foi assinado pelo perito Inajar Kurowski, que atestou que os disparos atingiram o lado direito do veículo.

Segundo o laudo, um dos projéteis, que foi encontrado, atingiu a lataria e foi bloqueado por uma chapa de aço. O segundo disparo pegou de raspão no vidro, e a bala não chegou a ser encontrada pelos investigadores. Nos dois pontos, foram recolhidas amostras de chumbo. O orifício por onde a bala entrou tinha cerca de 10 milímetros de diâmetro.

De acordo com a análise pericial,  a arma era de calibre .32, que tem baixo poder de fogo. “É arma que já saiu de fabricação. Nem a arma, nem sua munição são mais fabricadas”, afirmou Kurowski. Ele não quis apontar o tipo exato de armamento usado, mas disse que poderia ser uma pistola de dois canos paralelos, conhecida como garrucha. “Totalmente fora de uso (…). As pessoas têm isso como coleção ou como herança. São armas que ainda se encontram em circulação.”

Conforme a posição que os tiros atingiram o veículo, o perito concluiu que o atirador estaria a 18,9 metros de distância da rodovia, em uma posição atrás do lado direito do alvo e posicionado em um altura superior à do ônibus e cerca de 4,3 metros em relação ao asfalto. “O mais provável é que ele estivesse sobre um barranco. A investigação é que vai verificar a localização”, explicou o perito.

Depois de analisar o ângulo de impacto, o perito concluiu também que a bala poderia ter atingido os passageiros, disse o autor do laudo. “Poderia ter transfixado [furado] totalmente a lataria (…) e teria acertado a perna de alguém. E o [disparo] no vidro, apesar da deflexão, poderia acertar alguém na altura da cabeça”, acrescentou Inajar Kurowski.

Ainda segundo o perito, “é praticamente impossível” determinar se os disparos ocorreram quando o ônibus estava em movimento, já que a diferença entre a velocidade da bala e a do veículo é tão grande que não permite uma determinação exata.

Sem prazo para conclusão

Segundo os levantamentos da polícia, no momento dos disparos, a caravana do ex-presidente fazia o trajeto de 60 quilômetros entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, na região Oeste do Paraná. A análise das imagens capturadas por câmeras de um posto de pedágio que fica entre as duas cidades também foi inconclusiva para a presença de vestígios de disparos na lataria, devido à baixa qualidade dos vídeos.

O delegado responsável pelo caso, Hélder Lauria, afirmou que o laudo da perícia facilita a investigação. “Ajudou a saber o calibre [da arma usada]. Então, se apreendermos alguma arma, temos a possibilidade de confronto”, explicou. De acordo com a polícia, ainda não há suspeitos, nem prazo para a conclusão do inquérito.

 

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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