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Que estados foram contemplados por Lula em seu ministério e porque isso é importante

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Ministros indicados por Lula
Lula escolheu ministros de 17 estados, e deixou 10 unidades da federação sem integrantes na Esplanada (Asafe Alcântara/BHAZ)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou as indicações para o ministério de seu terceiro governo nesta quinta (29). Na distribuição, nove partidos foram contemplados. Os 37 ministros de Lula estão divididos em 17 estados (veja abaixo quais estados foram contemplados).

Ao nomear os ministros de seu governo, Lula teve que tentar conciliar interesses de uma ampla gama de partidos políticos e, ainda, equilibrar nomeações de cunho político com outras de cunho técnico.

As nomeações políticas visam garantir governabilidade ao futuro governo.

Há diversos outros aspectos, no entanto, que importam na formação de um ministério. Entre elas, está a representatividade regional. Em um país das dimensões do Brasil e com representações parlamentares eleitas no plano estadual, a origem geográfica dos ministros acaba tendo uma importância considerável. Mas por quê?

A influência do estado de origem dos ministros

Os ministérios são cargos de prestígio e visibilidade política, além de movimentarem grande quantidade de verbas públicas. Por isso, as indicações do governo federal podem repercutir diretamente tanto nas prioridades de investimentos regionais quanto nas futuras eleições municipais e estaduais.

Os ministros, principalmente os oriundos de indicação política, não raramente, tendem a priorizar os seus estados de origem. É uma forma de consolidar base política regional e de garantir, também, o próprio futuro eleitoral. Também é uma oportunidade de conseguir projeção nacional e influenciar nas eleições de seus respectivos estados.

Nas eleições de 2022, tivemos muitos exemplos dessa dinâmica. Vários dos ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro (PL) acabaram eleitos. Foram cinco ex-ministros eleitos para o senado: Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Marinho (PL-RN), Sergio Moro (União-PR), Tereza Cristina (PP-MS) e Damares Alves (Republicanos-DF).

Para a Câmara dos Deputados, quatro ex-ministros saíram vitoriosos das urnas. Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG), do Turismo; Eduardo Pazuello (PL-RJ), da Saúde; Ricardo Salles (PL-SP), do Meio Ambiente; e Osmar Terra (MDB-RS), da Cidadania, ocuparão a Casa Legislativa.

Além disso, o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi eleito governador de São Paulo. Um ponto fora da curva, já que ele é do Rio de Janeiro.

Por isso, ficar de olho na origem territorial dos dos ministros pode ser importante para observar o futuro político de seu estado.

Segue uma lista com os estados de origem de cada um dos ministros indicados por Lula.

Região Sudeste

São Paulo

  • Paulo Teixeira (PT) – Desenvolvimento Agrário
  • Alexandre Padilha (PT) – Relações Institucionais
  • Silvio de Almeida – Direitos Humanos
  • Marcio França (PSB) – Portos e Aeroportos
  • Geraldo Alckmin (PSB) – Indústria e Comércio
  • Fernando Haddad (PT) – Fazenda
  • Luiz Marinho (PT) – Trabalho
  • Vinícius Carvalho – Controladoria Geral da União
  • General Gonçalves Dias – Gabinete de Segurança Institucional

Rio de Janeiro

  • Daniela Carneiro (União Brasil) – Turismo
  • Nisia Trindade – Saúde
  • Anielle Franco – Igualdade Racial
  • Mauro Vieira – Relações Exteriores
  • Esther Dweck – Gestão
  • Carlos Lupi (PDT) – Previdência. Nascido em Campinas (SP), mas fez carreira política no Rio.

Minas Gerais

  • Alexandre Silveira (PSD) – Minas e Energia

Não foi indicado nenhum ministro do Espírito Santo.

Região Nordeste

Pernambuco

  • José Múcio Monteiro (PTB) – Defesa
  • Luciana Santos (PCdoB) – Ciência e Tecnologia
  • André de Paula (PSD) – Pesca
  • Jorge Messias – Advogado Geral da União

Maranhão

  • Juscelino Filho (União Brasil) – Comunicações
  • Sonia Guajajara (PSOL) – Povos Originários
  • Flávio Dino (PSB) – Justiça

Bahia

  • Margareth Menezes – Cultura
  • Rui Costa (PT) – Casa Civil

Piauí

  • Wellington Dias (PT) – Desenvolvimento Social

Sergipe

  • Marcio Macêdo (PT) – Secretaria Geral da Presidência da República

Ceará

  • Camilo Santana (PT) – Educação

Alagoas

  • Renan Filho (MDB) – Transportes

Não há ministros indicados da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

Região Sul

Rio Grande do Sul

  • Paulo Pimenta (PT) – Secretaria de Comunicação Social.

Santa Catarina

  • Ana Moser – Esportes

Não há ministros indicados do Paraná.

Região Norte

Pará

  • Jader Filho (MDB) – Cidades

Acre

  • Marina Silva (Rede) – Meio Ambiente

Amapá

  • Waldez Goes (PDT) – Integração Nacional

Não foram indicados ministros dos estados de Roraima, Rondônia, Amazonas e Tocantins.

Centro-Oeste

Mato Grosso

  • Carlos Fávaro (PSD) – Agricultura

Mato Grosso do Sul

  • Simone Tebet (MDB) – Planejamento
  • Cida Gonçalves (PT) – Mulheres. Nascida em Clementina (SP), mas fez sua carreira política no Mato Grosso do Sul.

Goiás e Distrito Federal não tiveram indicações ministeriais.

Pedro Munhoz

Editor de Política do BHAZ. Graduado em Direito pela Faculdade Milton Campos e em História pela UFMG, trabalhou como articulista de política no BHAZ entre 2012 e 2013. Atuou como assessor parlamentar desde 2016, com passagens pela Câmara dos Deputados, Câmara Municipal de Belo Horizonte e Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
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