Manifestações em defesa de Lula livre se espalham por todo o país

Reprodução/Facebook
Em Belo Horizonte, à noite, no Centro, houve protestos contra a prisão de Lula

Depois dos protestos contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizados em Belo Horizonte na manhã desta quarta-feira (11), à tarde houve nova manifestação, desta vez no Centro da cidade. O ato começou com concentração na praça Afonso Arinos e seguiu pela avenida Afonso Pena até a Praça Sete. Com isso, o trânsito voltou a ficar congestionado na região central da cidade.

Pela manhã, na praça Sete, foi montado um palanque para atender pessoas interessadas em mandar uma carta de apoio ao ex-presidente. Os interessados puderam pegar papel e escrever, ou mesmo ditar o que gostariam de dizer ao petista.

Na praça Sete, quem quisesse podia enviar mensagem para Lula

Em Curitiba, os apoiadores do ex-presidente mantêm a vigília, que começou no domingo à noite, quando Lula chegou à Superintendência da Polícia Federal (PF) da capital paranaense para cumprir sua pena.  Hoje, eles receberam uma visita inesperada, da apresentadora e chef de cozinha Bela Gil. Bela é filha de Gilberto Gil, que foi ministro da Cultura do governo Lula entre 2003 e 2008, e levou ao acampamento Lula Livre uma cesta de alimentos agroecológicos produzidos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Bela Gil se entusiasmou ao saber da possibilidade de Lula conseguir ouvir, da cela onde está, as manifestações dos apoiadores e mandou um recado ao petista: “Lula, o povo está com você. Lula Livre!”, gritou ela ao microfone, sob aplausos. Defensora da reforma agrária, a irmã da cantora, Preta Gil, disse que a distribuição de terras improdutivas é “imprescindível” para que se “consiga produzir de maneira digna”, atendendo às necessidades dos trabalhadores rurais.

Delegados reclamam da mobilização

Toda mobilização em frente ao prédio da PF está, segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Paraná (SinDPF/PR), causando transtorno ao funcionamento da instituição. Hoje, o sindicato enviou um ofício à Superintendência do órgão no Estado pedindo que Lula seja transferido. O sindicato argumenta que a grande movimentação no local tem provocado transtornos aos moradores da região e prejudicado atividades dos policiais.

Em nota à imprensa, o sindicato diz que solicitou “a transferência imediata do ex-presidente para uma unidade das Forças Armadas que possua efetivo e estrutura à altura dos riscos envolvidos”. Conforme a nota do sindicato, “em razão da invasão da região próxima deste prédio por centenas de pessoas ligadas a movimentos sociais e outras facções, por questões de segurança foi determinado o bloqueio de acessos e demais medidas assecuratórias, causando graves inconvenientes e atrasos nos atendimentos e ações policiais.”

De acordo com o ofício enviado à direção da PF paranaense, a presença do ex-presidente na superintendência poderia resultar em “transtornos e riscos à população e aos funcionários da Polícia Federal”, bem como à rotina do órgão, em especial no que se refere à prestação de serviços como emissão de passaportes e questões relacionadas a produtos químicos, segurança privada, armas e emissão de certidões de antecedentes criminais.

A Polícia Federal informou que é responsabilidade da Justiça decidir sobre transferência de um preso.

Deputados do PT querem “Lula” no nome

No Congresso, também como forma de protesto, deputados do PT decidiram adotar, a partir desta terça-feira (10), a palavra “Lula” ao seus nomes parlamentares. A sugestão da mudança foi do deputado Leo de Brito (PT-AC). O líder do partido na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), já encaminhou ofício à presidência da Casa pedindo a mudança no painel de votação. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse, nesta quarta-feira, que não está preocupado com o assunto.

Nas redes sociais, vários internautas já aderiam à novidade e colocaram o nome do petista antes de seus sobrenomes.

Manifestantes presos em Montes Claros

Um grupo de apoiadores do ex-presidente experimentou, na noite desta terça-feira, o gosto amargo da prisão. Cinco pessoas – um homem e quatro mulheres – com idade entre 19 e 29 anos, foram presos depois de picharem o muro de uma igreja, em Montes Claros, no Norte de Minas, com palavras de apoio a Lula.

O grupo foi surpreendido pela Polícia Militar, que encontrou com eles cinco latas de tinta spray. Para protestar contra a prisão do petista, escreveram “Lula Livre”. Além disso, fizeram críticas ao Supremo Tribunal Federal, presidido pela ministra Cármen Lúcia, que é natural da cidade. Depois da prisão, eles assinaram um termo circunstanciado de ocorrência e foram liberados.

 

 

 

 

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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