Manifestantes foram novamente às ruas, contra Temer e as reformas

Protesto foi contra Temer e as reformas da Previdência e trabalhista (Vitor Fórneas/Bhaz)

A manhã desta sexta-feira (30) foi marcada por manifestações contrárias ao presidente Michel Temer (PMDB) e, principalmente, pelas reformas propostas pelo governo federal, como a trabalhista e a previdenciária.

A concentração teve início às 9h, na Praça da Estação, próximo ao Centro de Referência da Juventude, pois a maior parte da praça estava sendo preparada pela Prefeitura para o Arraial de Belo Horizonte, que acontecerá neste fim de semana.

Estavam presentes representantes de diversos sindicatos, parlamentares que apoiam o movimento e membros de grupos culturais, que ao som de “Se gritar pega ladrão” preparavam-se para a caminhada.

Praça da Assembleia foi o destino dos manifestantes (Vitor Fórneas/Bhaz)

A manifestação de hoje foi menor em termos de comparecimento. Porém, na última, dia 16, os manifestantes contaram com o reforço dos estudantes de todo o país que estavam em Belo Horizonte para participarem do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Para Beatriz Cerqueira, presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), o movimento de hoje não estava mais fraco do que último. “Nós estamos com a mesma força”, afirma. Ela ainda disse que é de suma importância propor o debate sobre as reformas e que as manifestações e, principalmente, as greves são a resposta da sociedade para os governantes.

Antes da caminhada ter inicio, diversos representantes fizeram a saudação ao público, expondo suas opiniões sobre os assuntos defendidos pela causa.

Em sua fala, a deputada estadual Marília Campos (PT) disse que chegou o momento de os mineiros cobrarem resposta dos senadores que representam o Estado. Ela fez referência à aprovação do texto da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que teve voto favorável do tucano Antonio Anastasia (PSDB).

Às 11h, os manifestantes começaram a caminhar pelas ruas da capital mineira com destino à Praça Sete, para encontro com outros sindicalistas. Ao chegarem no local, os participantes foram surpreendidos com a notícia de que o então senador afastado Aécio Neves foi liberado para exercer o mandato após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello.

Para o deputado estadual Rogério Correa (PT), “o golpe permite tudo no país, inclusive que senador investigado de receber propina volte ao mandato parlamentar”.

Os manifestantes entoavam gritos de luta, como “Fora Temer” e “Diretas Já”, e cantavam que “greve geral é a única solução”. Eles seguiram para a Praça da Assembleia onde, às 15h, houve um debate sobre os impactos causados em uma possível aprovação da reforma trabalhista.

A estimativa dos presentes não foi divulgada, pois para os organizadores, números não representariam a grandeza do ato. “O essencial é saber que a greve está sendo realizada. Isso sim é importante”, disse Beatriz Cerqueira.

Manifestar é preciso

As pessoas que marcaram presença na Praça da Estação expunham a necessidade de lutar contra a aprovação da reforma trabalhista, pois ela representaria um retrocesso para a sociedade como um todo.

A aposentada Lindalva de Jesus Macedo, representante do Comitê das Igrejas, analisa o movimento como uma “forma pedagógica” de divulgar a crise enfrentada pelo país. “Não importa o número de pessoas que estejam presentes, pois a greve geral é uma ferramenta de luta que contribui para a conscientização e libertação do povo brasileiro”, disse.

“Reivindicar os direitos adquiridos”. Dessa forma o inspetor de qualidade Durval Silva Lopes justificou sua presença no movimento. Para ele, a sociedade precisa unir forças para garantir que os direitos básicos não sejam retirados. “Só a nossa união fará com que nossos representantes mudem a maneira de agir”, afirmou Durval.

 

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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