Prefeito de Divinópolis diz que prefere morrer a defender ‘ideologia de gênero’

prefeito Divinópolis gleidson azevedo
Evento com ministro da Educação rendeu frases polêmicas (Prefeitura de Divinópolis/Divulgação)

O prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (PSC), declarou que prefere morrer a defender “ideologia de gênero”. Recentemente, o chefe do Executivo municipal sancionou uma lei, proposta pelo irmão dele, o vereador Eduardo Azevedo (PSC), que proíbe linguagem neutra nas escolas da cidade. A declaração foi feita ontem (18), em evento com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, que também falou frases polêmicas.

“Eu quero que meu irmão Eduardo levante. Por favor, Eduardo. Aquele ali é o vereador Eduardo Azevedo”, disse o prefeito, apontando para o irmão, que estava presente no público, e complementou: “Eu fui cutucado agora pela militância, os esquerdas de Divinópolis, falando que eu sancionei uma lei inconstitucional, que é sobre a linguagem neutra. Se for para defender as crianças, a família, eu assino qualquer coisa errada”.

Rondônia também criou uma lei, em outubro, proibindo a linguagem neutra na grade curricular e no material didático de instituições locais de ensino, públicas ou privadas, e em editais de concursos públicos. Nessa quarta-feira (17), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin suspendeu a legislação, alegando que é competência privativa da União legislar sobre diretrizes e bases da educação

Em seguida, o prefeito disse preferir morrer a defender “ideologia de gênero”. “Agora, se for para defender ‘ideologia de gênero’ eu quero morrer, porque a gente só vai mudar este país com educação e defendendo a nossa família”, afirmou.

Milton Ribeiro

O termo “ideologia de gênero” não tem base científica nem acadêmica. A palavra é utilizada por grupos conservadores que alegam que as escolas estariam fornecendo material didático que tentam transformar as pessoas em LGBTIQA+. Segundo o pesquisador Juliano Bonfim, do NUH (Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT) da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a orientação sexual não é uma escolha.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, corroborou com as falas do prefeito. “Nenhum livro didático vai dizer para o seu filho que estuda em escola pública que ele nasceu menino, mas se ele quiser se tornar uma menina ele pode. Não. Tudo tem sua época determinada, o seu tempo. Se depois ele quiser tomar uma posição, uma decisão, isso é outra coisa, mas não agora”, disse no evento em Divinópolis.

“Outra coisa que eu não me conformo é em tentar usar os livros e todo material didático público, pago com nossos impostos, para tentar introduzir precocemente algumas realidades, que respeito, das orientações de gênero. Nosso país é laico, eu respeito a todos. Mas não podemos violentar a inocência de crianças de 6 a 10 anos”, declarou, em meio a palmas.

Edição: Vitor Fernandes

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