ALMG: Sindicato critica decisão que proíbe imprensa na entrada do plenário

Raila Melo/ALMG

Jornalistas que antes circulavam pela antessala do plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) não vão poder mais ocupar o espaço para trabalhar. É que uma deliberação da Mesa Diretora da Casa, publicada no Diário Administrativo, aponta que os profissionais da imprensa devem, a partir de agora, acompanhar as sessões apenas na Sala de Imprensa no espaço. A Deliberação 2.700, de 2019, é alvo de críticas por parte do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas e já é alvo de requerimentos para que seja revogada.

A partir de agora, os jornalistas vão poder realizar “entrevistas individuais ou coletivas, cobertura de eventos, apuração de informações, entre outras” apenas na Sala de Imprensa, que fica um andar acima do plenário e não há circulação de políticos. A medida inviabilizaria, por exemplo, o acompanhamento e cobertura de votações.

Os deputados Mauro Tramonte (PRB) e João Vítor Xavier, que são jornalistas, apresentaram requerimentos para tentar alterar a medida. Nos bastidores, no entanto, a informação é de que a mudança provavelmente não vai ocorrer.

No “Diário Administrativo”, a mudança na regra busca garantir a “ordem dos trabalhos legislativos, da segurança das pessoas e da defesa do patrimônio público”. Além do presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PV), outros sete membros da Mesa assinaram a deliberação. São eles: o primeiro vice-presidente, Antônio Carlos Arantes (PSDB), o segundo vice-presidente, Cristiano Silveira (PT), o terceiro vice-presidente, Alencar da Silveira Jr. (PDT), o primeiro secretário, Tadeu Martins Leite (MDB), o segundo secretário, Carlos Henrique (PRB), e o terceiro secretário, Arlen Santiago (PTB).

Sindicato critica

Por meio de nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas criticou a mudança e disse considerar a decisão “uma das atitudes mais antidemocráticas da história da Assembleia Legislativa de Minas Gerais”.

Leia o posicionamento na íntegra:

“Começa hoje a vigorar uma das atitudes mais antidemocráticas da história da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A deliberação 2.700 da Mesa Diretora proíbe que os jornalistas tenham acesso à antessala do plenário. Além disso, para entrarem na sede do Legislativo, jornalistas estarão sujeitos a cadastramento prévio.

No local, tradicionalmente, as equipes de reportagem acompanham as votações no plenário e realizam as entrevistas com os parlamentares.

A proibição do acesso dos jornalistas à antessala é um desrespeito ao trabalho da imprensa, e, sobretudo, um desrespeito ao cidadão, pois dificulta que a informação seja transmitida para a a sociedade.

O argumento usado na deliberação é, no mínimo, tacanho: “Para garantia da ordem dos trabalhos legislativos, da segurança das pessoas e da defesa do patrimônio público”. Tão tacanho que se equivale ao discurso dos mais covardes ditadores.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais repudia essa deliberação e vai lutar de todas as maneiras para que ela não siga adiante.

Os deputados da mesa diretora que assinam essa deliberação deveriam ter vergonha de participarem de uma página tão sombria da história da ALEMG. A saber são os seguintes deputados: Agostinho Patrus (PV), Antônio Carlos Arantes (PSDB), Cristiano Silveira (PT), Alencar da Silveira Jr. (PDT), Tadeu Martins Leite (MDB), Carlos Henrique (PRB), Arlen Santiago (PTB)”.

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