Auxiliares próximos ao presidente Michel Temer (MDB-SP) foram presos na manhã desta quinta-feira (29), duranta a Operação Skala, desencadeada pela Polícia Federal no Rio e em São Paulo. A operação policial tem como objetivo apurar vantagens oferecidas à empresas do setor de portos, por meio de decreto assinado pelo presidente em troca de recebimento de propina.
Foram presos os amigos de Temer, o advogado e ex-assessor presidência, José Yunes, e o ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo João Batista Lima. Além deles, estão detidos o ex-deputado e ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, o auxiliar de Rossi, Milton Ortolan e ainda o empresário Antônio Celso Greco, da empresa Rodrimar, uma das beneficiadas pelo esquema.
As prisão foram autorizadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga o envolvimento do presidente com os benefícios indevidos às empresas. Ele autorizou ainda busca e apreensão de documentos na sede da Rodrimar e também do grupo Libra, que atua no setor portuário do Rio, onde foram presas outras cinco pessoas.
Prisão ilegal
José Luiz de Oliveira Lima, advogado de defesa de José Yunes, considerou a prisão uma violência por ser ilegal. “É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar”, afirmou em nota a defesa. Em novembro do ano Yunes prestou depoimento à Polícia Federal no inquérito que investiga o decreto presidencial que aumentou o prazo dos contratos de concessão de áreas portuárias.
O governo Temer, desde a instauração do inquérito, alega que a Rodrimar não foi beneficiada pelo decreto. Já Yunes também foi apontado como intermediar o pagamento de propina ao MDB nas eleição de 2014. Em 2016, ele pediu demissão do cargo de assessor especial da presidência da República depois de ser acusado nas delações da Odebrecht de receber propina da empreiteira.