Zema mantém participação política na escolha dos cargos do governo, mesmo com processo seletivo

Ação do governador visa manter a base na ALMG (Henrique Coelho/BHAZ + Carlos Alberto Pereira/Agência Minas)

A gestão de Romeu Zema (Novo) manterá a participação política na escolha de nomes para cargos de gestão, chefia, direção e superintendência do Governo de Minas. Crítico à participação de políticos neste processo, o governador teve de se render para garantir o apoio da base na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde ele tenta emplacar projetos importantes como a Reforma Administrativa.

Apesar do programa de seleção para cargos do Governo, anunciados pelo secretário de Planejamento e Gestão, Otto Levy, na manhã desta sexta-feira (8), a participação política na escolha dos nomes continuará como um critério.  

Segundo o secretário, Otto Levy, a participação dos parlamentares será no final do processo, após a escolha técnica dos nomes. “Esse programa de seleção tem como objetivo entregar para o gestor final – governador, secretário, presidente de autarquia etc – uma lista de pessoas aptas a ocupar o cargo. Ele então faz a escolha e, nesse processo, pode ouvir outra pessoa, neste caso, o deputado”, afirma.

Segundo o secretário, o desempate entre os nomes indicados pelo processo caberá ao gestor responsável pela vaga, contudo, não foi descartada a influência os parlamentares nesta decisão.

“Como em qualquer organização, a escolha final cabe ao gestor e faz parte entrevistar e ouvir opiniões da população e de quem conhece as pessoas. Não é um concurso, não há uma prova escrita. O que existe é um processo de avaliação por etapas. A questão técnica é antecessora à opinião dos deputados e, além disso, só chega a essa etapa final quem passou pelo processo com competência”, ressalta o secretário.

Parlamentares no processo

O líder de governo de Zema na Assembleia, deputado Luiz Humberto (PSDB), confirmou ao BHAZ que o programa de seleção (batizado como Transforma Minas) foi discutido com os parlamentares e ficou acordado que haveria a criação de critérios para garantir a participação dos deputados nas escolhas dos nomes para os cargos.

“É um ponto fundamental para a construção da base na Casa, que as escolhas dos cargos regionais tenham a participação dos deputados, pois eles conhecem a região e as necessidades locais”, comentou o líder de governo.

O vice-líder de governo, Guilherme da Cunha (Novo), explicou que a diferença no processo de indicação é que, agora, os deputados escolherão pessoas técnicas e capacitadas pré-selecionadas para o cargo.

Contudo, o novo modelo reduz a participação parlamentar no processo. Questionado se isso poderia prejudicar a tramitação de pautas importantes para o governo na Casa, o deputado disse que é um desafio diferente.

“É muito mais simples fazer uma adesão de parlamentares para a base que conseguiram indicar cargos no governo, mas essa não é a melhor maneira de fazer política. O que queremos dos deputados é o entendimento de que é preciso pensar o melhor para Minas neste momento”, conta.

Além disso, Guilherme garantiu que a participação parlamentar não está descartada. “Eles vão participar do processo de seleção, pois conhecem melhores os problemas de suas regiões, mas, terão de escolher nomes técnicos que passarão pelo crivo do programa. Eu não sei como era antes, mas acredito que esse novo modelo pode contribuir muito”, diz.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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