Prefeito mineiro que barrou crianças em creche está no alvo do Ministério Público

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O prefeito do município Doresópolis, região Centro-Oeste de Minas, Aladir Caetano Alves (PDT), será ouvido pelo Ministério Público na próxima segunda-feira (20), às 13h, para explicar a decisão de barrar crianças na creche municipal da cidade. O gestor, conhecido como Deico, foi responsável por uma norma que proíbe, a partir deste mês, mães desempregadas a deixar os filhos na instituição de ensino.

“Venho através deste informa-lhes que, devido à redução dos funcionários do Proinfância (nome da creche), só poderá ficar na creche crianças que a mãe estiver trabalhando mensalmente. Tendo assim a mãe até o dia 31/05/2016 para trazer a carteira de trabalho assinada ou uma declaração da empresa ou patrão onde trabalha para comprovar o mesmo”, afirmou comunicado entregue aos responsáveis pelas crianças no fim do mês passado.

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A restrição se tornou caso de polícia. No último dia 7, a assistente administrativo Lilyan Alves Rodrigues registrou um Boletim de Ocorrência após ser proibida de deixar os filhos gêmeos, de 1 ano e 2 meses, na Creche Municipal Pró Infância. O motivo seria justamente a situação da assistente, que está licenciada.

“Eu não estou desempregada. Eu estou afastada por motivo de doença, já que eu tive AVC pós-parto. Tenho outra perícia para fazer, mas posso voltar a trabalhar a qualquer momento. E ele simplesmente falou que não ia deixar eles entrarem”, afirmou em entrevista à TV Globo.

Veja o momento em que o prefeito barrou as crianças (vídeo publicado pelo jornal O Tempo):

Já a diarista Michelle Fernanda de Morais disse que perdeu oportunidade de trabalho por causa da norma. “Agora perdi o emprego porque não tem como ele ficar na creche”, disse à Globo. Até mesmo a antiga coordenadora da creche teria sido despedida porque não havia concordado com a medida. “O prefeito disse que eu não aguentei a pressão”.

Ainda em entrevista à TV Globo, o prefeito afirmou que a economia será de R$ 4 mil mensais. “Se todo mundo que não trabalha trouxer crianças pra creche, as mães ficam na rua à toa, não (conseguem) serviço. E a prefeitura gasta muito com funcionário”, disse.

“Ela está encostada no INSS. E vai ficar encostada mais não sei quantos anos porque ela tem problema de coração. E coração não atrapalha ninguém olhar menino não”, afirmou, se referindo ao caso de Lilyan Rodrigues, responsável pelo registro do B.O.

A Bhaz tentou contato com Aladir Caetano Alves, mas a assessoria da prefeitura de Doresópolis informou que ele estava viajando e estava incomunicável.

Confira a reportagem da TV Globo:

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