Botulismo: Doença que paralisou brasileira em Aspen, nos Estados Unidos, é causada por bactéria rara; entenda

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O caso da brasileira que trabalhava em Aspen, nos EUA, chamou atenção depois do diagnóstico de uma doença causada por uma bactéria rara (Redes Sociais)

O caso da brasileira que trabalhava em Aspen, cidade que fica nos Estados Unidos, chamou atenção depois do diagnóstico de uma doença causada por uma bactéria rara. Cláudia Albuquerque fazia um intercâmbio no estado do Colorado quando teve o corpo paralisado. Ela está internada há mais de 50 dias, se alimentando e respirando por aparelhos. Tudo isso causado pelo botulismo.

A irmã de Cláudia, Luisa Albuquerque, tem acompanhado de perto a situação e compartilhado na internet os desdobramentos da situação.

“Minha irmã estava fazendo o intercâmbio que sempre sonhou, trabalhando em Aspen, no Colorado. Até que, no dia 17/02 começou a sentir tontura, visão dupla, falta de ar… Correu pro hospital mas em 24 horas ela já estava com todos os músculos do corpo paralisados, respirando apenas por aparelhos”, explicou.

Foram muitos testes, exames e 15 dias depois dos sintomas manifestarem. E o diagnóstico apresentado pelos especialistas foi botulismo. Já são mais de 50 dias internada, com custo diário que é cerca de 10 mil dólares.

Por causa desse período no hospital, os custos totais já estão entre 1 e 2 milhões de dólares. A família segue com uma arrecadação online para tentar ajudar com essa quantia. Agora, a unidade decidiu arcar com os custos de transferência de Cláudia para o Brasil via ambulância aérea.

O que é botulismo?

De acordo com o Ministério da Saúde, o botulismo é uma doença neuroparalítica grave e rara, não contagiosa. Ela surge durante a ação de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum (C botulinum).

O agente entra no organismo através de ferimentos ou ingestão de alimentos contaminados que não têm uma produção e/ou conservação adequada. No Brasil, a grande maioria dos casos notificados, ainda segundo a pasta, são por contaminação alimentar.

Os produtos que estão mais envolvidos são conservas vegetais, principalmente artesanais, como palmito, picles e pequi. Produtos de carnes cozidas (salsicha, presunto, carne enlatada), além de pescados defumados, salgados, queijos e pastas derivadas também podem ter a bactéria.

O período de incubação no organismo pode variar entre 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas. Quanto maior a concentração de toxina no alimento, menor o tempo de incubação.

Tipos de botulismo

Além do risco alimentar, existem outros tipos de botulismo – que são associados aos ferimentos, problemas intestinais e aqueles que acometem crianças que também têmrelação com o intestino.

O primeiro citado tem, como porta de entrada, úlceras crônicas com tecido necrótico, fissuras, esmagamento de membros ou ainda ferimentos causados por agulhas durante uso de drogas injetáveis. Neste caso, a média do período de incubação é de 7 dias, mas pode variar entre 4 a 21 dias.

Já o botulismo intestinal ocorre quando esporos de alimentos contaminados fixam e se multiplicam no intestino. Os fatores de risco são cirurgias intestinais, doença de Crohn ou uso de antibióticos por tempo prolongado. Não se sabe o período de incubação porque é impossível determinar o tempo da ingestão desses microorganismos.

Por fim, o botulismo infantil é mais comum entre crianças de 3 a 26 semanas e a principal causa envolve o consumo de mel de abelha nas primeiras semanas de vida. Os casos são notificados mais na região da Ásia, Austrália, Europa, América do Norte e América do Sul.

Sintomas do botulismo

  • Náuseas;
  • vômitos;
  • dificuldade para respirar;
  • paralisia descendente da musculatura respiratória, braços e pernas;
  • comprometimento de nervos cranianos;
  • prisão de ventre;
  • infecções respiratórias.
  • dores de cabeça;
  • vertigem;
  • tontura;
  • sonolência;
  • visão turva;
  • visão dupla;
  • diarréia.

Como a toxina afeta o controle motor, há outras complicações como dificuldade para falar e para engolir, além de fadiga e problemas no sistema nervoso em geral. A doença também pode levar à morte se não for tratada de forma rápida e adequeda.

Apesar disso, o processo de recuperação é lento e depende do organismo. Mas é possível curar a doença sem deixar nenhuma sequela.

João Lages[email protected]

Repórter no BHAZ desde setembro de 2023. Jornalista com 4 anos de experiência em veículos de comunicação. Fez cobertura de casos que têm relevância nacional e internacional. Com passagem pela RecordTV Minas, também foi produtor e editor de textos na Record News.

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