Hospital Sofia Feldman inaugura ambulatório de apoio a mães e familiares que perdem bebês

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Hospital Sofia Feldman inaugurou Ambulatório de Apoio ao Luto Perinatal (Câmara Municipal/Cláudio Rabelo)

O Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte, inaugurou o Ambulatório de Apoio ao Luto Perinatal, nesta quinta-feira (18). A iniciativa tem o objetivo de ajudar mães e familiares a superarem a dor da perde de bebês durante a gestação ou nos primeiros dias depois do parto.

O ambulatório foi inaugurado na unidade Carlos Prates do hospital, e o atendimento é voltado para as famílias assistidas pelo Sofia Feldman. A iniciativa tem parceria com o “Projeto Renascer: cuidado multidisciplinar do luto perinal”, da Escola de Enfermagem da UFMG.

Segundo a coordenadora do projeto, a professora Juliana de Oliveira Marcatto, o atendimento é para mães e familiares que perderam bebês em qualquer idade gestacional. Após alta hospitalar, as famílias terão acesso a escuta qualificada e a atendimento especializado.

Ambulatório valida dor da perda

De acordo com Juliana, o ambulatório busca validar e reconhecer a experiência da dor da perda. “Esperamos criar um espaço seguro para acolhida das manifestações de forma processual e individual, considerando os valores e necessidades de cada mulher e família”.

A professora apontou que existem poucos espaços no SUS que são especializados nesse tipo de cuidado. “A experiência de estruturação deste ambulatório pode ser modelo para outras unidades no Brasil”, projetou Juliana. A ideia é implementar uma diretriz nacional.

No ambulatório, o primeiro atendimento será destinado ao acolhimento, escuta qualificada e preenchimento de dados sociodemográficos, identificação da necessidade de cuidados especializados, aplicação das escalas de luto perinatal e de qualidade de vida após o tempo de perda.

Depois, confome a demanda das famílias ou avaliação profissional, será dada continuidade ao atendimento com periodicidade mensal, nos primeiros 6 meses, e trimestral, até 12 meses. Ligação de condolências, rodas de conversas e clube do livro estão na lista de atividades ofertadas.

Para Juliana, o luto perinatal é um tema sensível e diferente do luto em outros contextos. “As famílias de bebês de vida breve têm poucas oportunidades de criar memórias afetivas que possam ser acionadas durante o processamento do luto”, explicou.

“A inversão da ordem natural do ciclo de vida e o chamado ‘colo vazio’ não são experiências validadas socialmente. Elas geram um estado de silenciamento da dor que, na maior parte das situações, compromete mulheres e famílias em suas dimensões biológica, social, emocional e espiritual”.

Com UFMG

Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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