O Ministério do Trabalho e Emprego em Minas Gerais concluiu que a principal causa para o desastre em Mariana, em novembro do ano passado, foi a falta de drenagem na Barragem do Fundão. O órgão chegou a essa conclusão após realizar uma fiscalização para investigar quais foram os motivos para o rompimento da estrutura.
A apuração dos técnicos do Ministério do Trabalho iniciou em 6 de novembro de 2015, um dia após a tragédia, e terminou em 19 de abril. O resultado da ação apontou 23 autos de infração contra a mineradora Samarco, sendo que 18 deles estão associados a irregularidades relacionadas à saúde do trabalhador e um por conta de terceirização ilícita.
Durante a fiscalização, o MTE encontrou inúmeras erosões pontuais entre os anos de 2013 e 2015 que contribuíram para a sobrecarga da estrutura produzida pela água acumulada, além disso as ombreiras da barragem não possuíam drenos. Os técnicos também localizaram trincas de até 200 metros em sua estrutura.
Conforme o MTE, a drenagem teve ainda mais problemas a partir de 2012, quando aconteceu uma obra de desvio no desenho da barragem, sobrecarregando ainda mais a estrutura.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, o desvio teve ligação direta com uma pilha vizinha de rejeitos estéreis da Vale e, sem a drenagem, a água da chuva ia para a base do reservatório de Fundão. O desvio acabou pressionando ainda mais a estrutura, já apertada pela quantidade de água, que só aumentava sem uma destinação correta.
Ainda de acordo com o MTE, as vibrações ocorridas no terreno também podem ter exercido um papel importante para o desastre.