‘As Panteras do Lula’: Contra ‘caos’ de Bolsonaro, influencer viraliza com vídeo cheio de efeitos especiais

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Vídeo de ‘As Panteras do Lula’ viralizou nas redes sociais em pouco tempo (Divulgação/As Panteras do Lula)

Com uma pegada de filme de ação, “As Panteras do Lula” mostra de forma divertida críticas contra o governo atual e o conservadorismo. O baiano Zel Junior é o responsável por mais uma produção diferenciada no mercado nacional, recheada de efeitos especiais. Nas redes sociais, em 24 horas, o vídeo já conta com 250 mil visualizações no Instagram e mais de 500 mil no TikTok. O influenciador foi notado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e pelo rapper Emicida.

Ao BHAZ, Zel já inicia a conversa contando que ainda não existe um filme para o trailer lançado, mas ele tem vontade de produzir futuramente uma série. “Eu queria há um tempo já brincar com algo de espionagem. Quero fazer uma série, mas por enquanto demanda muito tempo e grana”, explica.

O “fake trailer”, como é conhecido, já é criado para filmes que não existem. “Pouca gente faz isso no Brasil. Então foi a forma que encontrei de incluir muitas cenas de ação em um vídeo curto. Se eu fizesse um curta-metragem, por exemplo, teria que ter uma história, enredo e não caberia todos os efeitos que fiz”.

Lula vira ‘Charlie’

O tempo de produção e gravação do vídeo foi longo, cerca de um ano. O ex-presidente Lula aparece, por meio de efeitos especiais, como Charlie, líder de espiãs no filme “As Panteras”. A escolha do político foi algo muito natural para Zel Junior.

“Quando fomos construindo a ideia do vídeo, precisávamos de uma figura para ser o Charlie. Na minha cabeça, a figura mais poderosa e impactante é a do Lula, então tinha que ser ele. Mas o que plantou mesmo a ideia na minha cabeça foi quando eu fui assistir a um programa de televisão e vi o Sibélius, que imitava muito bem a voz do Lula. Claro que o chamei na hora para participar”, conta.

O influenciador conta que sofre bastante represálias de “haters”, principalmente apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentam derrubar seus conteúdos das redes. Para evitar novas suspensões, Zel decidiu tirar alguns elementos, como sangue por exemplo, dos vídeos.

Efeitos especiais e ‘tretas’

Desta vez, todos os efeitos especiais foram produzidos pelo influenciador digital. E não é fácil deixar tudo certinho e alinhado. “Teve uma cena da explosão que tive que fazer uma orelha falsa na Jade [Mascarenhas], por conta do algodão que estava aparecendo para protegê-la dos barulhos de explosões. Fazer isso com movimento complica muito. Fazer o olho do robô também é difícil, já que pode cair um fio de cabelo e atrapalhar tudo”.

Durante uma gravação na rua, Zel estava com uma roupa em que o bumbum ficava exposto em partes, e isso não agradou uma mulher que passava pelo local. “Ela chamou a polícia quando estávamos gravando essas imagens, logo no início. Ainda bem que a polícia não veio mesmo”, lembra o influenciador.

Outro problema que ocorreu foi durante a última diária de gravação. Zel conta que foi o dia mais caro da produção, que precisou desembolsar um bom dinheiro. “A pessoa responsável pelas filmagens apagou todo o material antes de me passar. Tinha drone, e também uma fotógrafa muito f*da nesse dia. Eu tive que baixar uns programas para conseguir recuperar. Eu passei mal, fiquei tão desesperado que não conseguia trabalhar no outro dia. Eram as maiores cenas do vídeo. Mas no fim conseguimos recuperar”.

Jade Mascarenhas, Zel Junior e Diana Martins durante gravação do vídeo (Divulgação/As Panteras do Lula)

Próximo projeto

O novo vídeo do influenciador ainda não tem um formato certo, mas ele deixou um spoiler para o BHAZ. “Estou decidindo ainda se vai ser um curta ou em formato de trailer. Deve envolver a turma do Scooby-Doo”, conta. E ele reforça que a política sempre estará presente nas suas produções. “Não tem como fugir disso, é a minha existência. Sou um cara nordestino, gay, favelado, é minha essência. Moro na favela, no fundão da Zona Leste de São Paulo, tudo o que crio jé é um ato político”.

Zel fala das outras duas “panteras” com muito admiração. As atrizes Jade Mascarenhas e Diana Martins são protagonistas juntas ao influenciador. “Elas confiam muito em mim. Eu não tenho medo de chegar nelas e falar que tive uma ideia. Elas estão comigo desde o começa o canal”.

“A Jade sempre vai comigo nos brechós garimpar figurinos, é minha parte favorita. A gente até brinca que faz vídeos para usar looks bonitos”, conta descontraído. “Estava assistindo no YouTube vídeos de pessoas dançando uma música da Beyonce, e foi aí que conheci a Diana. Chamei para gravar um vídeo de humor e dança, gostei muito e ela passou a fazer parte das produções”.

Reconhecimento

Com a viralização relâmpago do vídeo, diversas personalidades comentaram ou compartilharam a produção de Zel Junior. Dentre os famosos, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi uma a comentar no vídeo e elogiou o trabalho do influenciador: “Muito bom”, disse a política.

O rapper Emicida foi outra a comentar a produção. Por meio do Twitter, ele compartilhou o vídeo e destacou o trecho que mais gostou, que fala sobre o porte de armas. “O grito que eu dei nessa parte! Deem um Oscar a esse gênio!!”, disse.

O influenciador acredita que Lula já assistiu o vídeo, mas gostaria muito que o político desse um sinal sobre isso. “Se ele comentasse eu ficaria muito feliz, seria o auge do auge. Acho que ia ser incrível”, completa.

Outros sucessos

O primeiro vídeo do influenciador a estourar foi em dezembro de 2019, intitulado “Gay x Crente”, com críticas a homofobia. A produção com estilo cinematográfico foi compartilhada por personalidades como a cantora Luísa Sonza e o influenciador digital Felipe Neto. Muito disseminado em diferentes plataformas, o vídeo já conta com milhares de visualizações fora do canal oficial do influenciador. As gravações são feitas em São Paulo (SP), onde ele vive atualmente.

A produção fez tanto sucesso que teve uma continuação, o “Gay x Crente II“. Com temática LGBT, o vídeo mostra, de forma bem-humorada, as dificuldades e preconceitos vividos pela comunidade no meio religioso. “A galera LGBT se identifica, pois vive isso todos os dias. No lançamento do primeiro Gay x Crente, era o auge da briga do Porta dos Fundos contra religiosos. Duas horas depois que o vídeo foi postado, teve aquele ataque ao Porta“, disse Zel Junior ao BHAZ na época.

Edição: Roberth Costa
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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