A cerâmica popular de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, pode se transformar em bem cultural imaterial, de acordo com projeto que está sendo desenvolvido pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio da Promotoria de Justiça da cidade, e a Faculdade Santo Agostinho de Montes Claros (Fadisa). Para isso, MP e Fadisa celebraram um termo de cooperação técnica.
A proposta é realizar a instrução do processo de registro a partir de levantamento bibliográfico para a pesquisa do referencial teórico e compreensão do bem cultural a ser registrado, o que vai exigir uma pesquisa de campo. Além disso, reunião com os poderes Executivo e Legislativo com as artesãs, comunidade local e entidades da sociedade civil, para esclarecer todo o processo de registro e seus resultados.
De acordo com a promotora de Justiça de Turmalina, Shirley Machado de Oliveira, a cerâmica popular na cidade ganhou estímulo com a necessidade das artesãs de criar fontes de renda alternativas para sustentar a família. Os maridos, em razão da monocultura de eucalipto, eram obrigados a ficar longos período fora de casa.
“Ao longo das décadas, a cerâmica artesanal passou a caracterizar o próprio Vale do Jequitinhonha, sem, no entanto, proporcionar um retorno justo às artesãs, que ainda necessitam de melhoria de condições de venda dos produtos e reconhecimento da identidade expressa em cada peça”, afirma. Segundo a promotora, o projeto está em fase de execução, já tendo sido realizada reunião com os integrantes do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural, levantamento bibliográfico e duas visitas de campo para levantamento etnográfico do bem cultural.