Família faz ‘chá revelação’ para adolescente adotada aos 17 anos: ‘Amar é uma decisão’

chá revelação adolescente 17 anos sp
Mãe compartilhou momento emocionante em perfil que mantém no Instagram, o @mae_poramor (Reprodução/@mae_poramor/Instagram)

O chá revelação se popularizou, nos últimos anos, como uma forma de anunciar o sexo biológico de bebês ainda na barriga da mãe. Um casal de Indaiatuba (SP) decidiu “repaginar” a tradição e gravar um vídeo no qual Natália, adolescente de 17 anos que foi adotada, é apresentada como o mais novo membro da família.

A gravação foi compartilhada no perfil de Fernanda Fabris, o @mae_poramor, e já soma mais de 339 mil curtidas (assista abaixo). Ao BHAZ, a influenciadora de 36 anos explica que ela e o marido, Maurício Fabris, 41, já têm outros quatro filhos adotivos: Flávio, Flávia, Fabrício e Arthur.

Três anos depois, foi a vez de Natália ser recebida no mês passado. Planejar o chá revelação foi sinônimo de acolhimento nessa primeira fase – que, por sinal, já tem muito amor envolvido. “Naty chegou trazendo ainda mais alegria para o nosso lar. Já nos chamando de pais desde o início, com um sorriso lindo no rosto. Que privilégio o nosso!”, publicou Fernanda.

De padrinhos a pais

Fernanda Fabris teve certeza sobre o desejo de ser mãe adotiva aos 13 anos. Ela e Maurício se casaram muito jovens e embarcaram juntos nesse sonho. “Quando eu fiquei noiva, foi a primeira coisa que disse pra ele. Nós também tínhamos vontade de ter um filho pela via biológica, comecei a tentar bem novinha e tentei por 11 anos, mas não conseguimos”, conta.

Independentemente disso, adotar sempre fez parte dos planos. O que o casal não sabia era que teria cinco filhos. Eles conheceram Natália quando ela ainda tinha 16 anos e vivia em uma instituição da cidade. Em dado momento, a apadrinharam, mas a ligação dos três evoluiu para outro nível.

“Ela estava pra completar 17 anos. Inicialmente, só apadrinhamos, mas depois, com o tempo, um vínculo foi nascendo e percebemos que o amor e carinho eram de pais. Resolvemos adotá-la quando ela completou 17 anos e cinco meses”, explica a influencer.

Fernanda explica à reportagem que sempre tenta levar a visão dos filhos aos seguidores no Instagram. Foi nesse contexto que surgiu a ideia do chá revelação para Naty: “Combinamos que faríamos o anúncio de uma forma parecida com que as mães fazem, anúncio de que teríamos mais um filho, ensaio pré-adoção. Eu estava grávida do coração”.

Via legítima de parentalidade

Fernanda reconhece que muitas pessoas não adotam crianças e adolescentes mais velhos. Para ela e Maurício, a adoção tardia nunca foi um problema. “Nós só queríamos ser pai e mãe, não tínhamos essa questão de idade. Nossos quatro filhos mais novos são irmãos, chegaram com 3, 6, 9 e 11 anos. A Naty veio com 17”, destaca.

A influenciadora acredita que, para a filha, o processo também foi muito leve. Natália sempre quis ser adotada e acreditava que não era mais possível, depois de dois anos vivendo na instituição que apoia crianças. Quando descobriu sobre o desejo de Fernanda e Maurício, ficou muito contente.

“A adoção pra gente é mais uma forma de constituir famílias, é uma via legítima de parentalidade. Não tem nada de espetacular. A gente adota porque quer ser pai e mãe. E o maior mito é sobre conseguir amar ou não um filho adotado. Amar é uma decisão, tem que decidir se dedicar. Até mesmo um filho biológico é adotado”, acrescenta Fernanda.

Para o casal, escolher amar um filho, independentemente da via, é um milagre. “Sei que muitos torcem por uma gestação biológica e agradeço muito o carinho de vocês, mas não sou infértil. Nós ESCOLHEMOS gerar nossos filhos por meio da adoção”, explicou Fernanda ao anunciar a chegada de Naty.

‘A adoção muda histórias’

Em post conjunto nos perfis de Fernanda e Maurício, Naty falou aos seguidores dos pais sobre o processo adotivo. Em vídeo publicado em 25 de maio, o dia Nacional da Adoção, contou que uma pessoa chegou a dizer que ela não poderia ser adotada e, desacreditada, ela deu ouvidos. O encontro com os pais a fez ter uma nova visão de mundo.

“Em relação ao mundo eu não tinha sonhos, eu não me amava, não tinha autoestima nenhuma. Tinha muitos medos e muitas inseguranças, não via futuro nenhum para mim. A adoção não me salvou, mas ela ajudou em muitas maneiras, muitas formas, a ter uma família para recorrer quando eu precisar de ajuda. A ter pessoas que me amam realmente, que eu vou poder confiar no momento que eu mais precisar”, celebrou (assista abaixo).

Edição: Giovanna Fávero
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!