Cinema nacional segregado e machista

Em tempos de debates e discussões sobre o cinema, gerados também pelo Oscar, nota-se quão pequena foi a participação de negros nos prêmios de 2016, e nessa mesma linha, o quão pequeno é a participação deles no cinema nacional, e acima de tudo delas: mulheres negras.

No Brasil, onde metade da população é composta por negros e pardos, apenas 2% dos diretores e 15% dos atores representam essa turma. Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro chamada de “A Cara do Cinema Nacional: perfil de gênero e cor dos atores, diretores e roteiristas dos filmes brasileiros”, apresenta dados que podem ser interpretados como um cinema nacional que segrega e é machista.

A maioria dos filmes nacionais foram dirigidos por homens brancos, sendo esses um total de 84%, já as mulheres brancas ficam com 13% e os homens negros 2%. E, nenhum filme foi dirigido por uma mulher negra, assim como roteiros criados.

Fora a parte técnica e por trás das câmeras, os negros continuam sendo minoria na atuação, e na pesquisa realizada aparecem quase sempre estereotipados. Nos filmes considerados, 31% tinham atores negros, mas em se falando de posições gerais 59% dos atores são homens, dentre eles 14% são negros. E as mulheres ficam com 41%, sendo que apenas 4% são negras.

A desigualdade apresentada no cinema nacional é reflexo da desigualdade da sociedade brasileira, que possui poucas políticas públicas que incentivem a democratização e a igualdade. E no cinema, as leis e os órgãos de incentivo apresentam instrumentos que facilitam a continuidade de grupos dominantes.

Para os interessados no assunto, no mês de março a Benfeitoria vai exibir às quartas-feiras filmes dentro do especial “Luta contra a Discriminação”. Para saber mais acesse aqui.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!