Dráuzio Varella reage após revelação de crime cometido por Suzy: ‘Sou médico, não juiz’

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Dráuzio Varella foi criticado após crime de Suzy ser revelado (Twitter/Reprodução)

Após reportagem do médico Dráuzio Varella sobre a situação de mulheres trans em presídios, exibida pelo Fantástico no último dia 1º, o profissional foi alvo de uma enxurrada de elogios em um primeiro momento. Agora, cerca de uma semana depois, ele tem sido bastante criticado nas redes sociais. O motivo da polêmica é que a matéria gerou uma onda de solidariedade para a detenta Suzy. No entanto, o site O Antagonista revelou que ela cometeu os crimes de estupro de vulnerável e ocultação de cadáver.

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De acordo com o site, Suzy de Oliveira foi condenada por estuprar a estrangular um menino de 9 anos. Além disso, ela teria deixado o corpo da criança deteriorar na sala da casa onde vivia por 48h. O pai do menino ainda teria sido avisado pela própria assassina que o corpo havia sido deixado na porta.

Na sentença, uma tia de Suzy diz que a detenta “contou como ele fez numa casa com uma criança que ele estuprou em São Paulo, não sei onde. Entrou na casa para roubar, subiu as escadas e a criança estava no quarto deitada, não sei bem e ele entrou, fechou a boca da criança e contou tudo, normal como eu estou contando”.

Ainda segundo O Antagonista, na sentença consta que Suzy “matou o ofendido mediante meio cruel, consistente em asfixia, e se valendo de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, haja vista tratar-se de criança, com mínima capacidade de resistência”. A sentença pode ser lida aqui.

O BHAZ entrou em contato com a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo) a respeito dos crimes cometidos por Suzy. Por meio de nota, o órgão confirmou que “a reeducanda cumpre pena pelo artigo 121, §2, inciso III, IV e V e §4º do mesmo artigo, e no artigo 217-A, todos do Código Penal”. No Código Penal, o artigo 121 diz respeito ao crime de homicídio e o 217-A ao crime de estupro de vulnerável.

A reportagem também aguarda retornos da Defensoria Pública de São Paulo e do Tribunal de Justiça do Estado. A matéria será atualizada logo que os órgãos se manifestarem.

Fantástico e Dráuzio Varella reagem

Com a grande repercussão do caso, o Fantástico explicou, nesse domingo (8), que os crimes das entrevistadas não foram citados por esse não ser o objetivo da reportagem. Ainda de acordo com o programa, foi divulgada uma estatística geral do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos sobre a situação das presidiárias trans. Os dados apontam que 38,5% estão presas por roubo, 34,6% por tráfico, 15,4% por furto, 7,7% por homicídio e 3,8% por associação para o tráfico.

Por meio de nota, o médico Dráuzio Varella disse que ele não fica sabendo dos crimes de forma proposital. O Fantástico apoiou a nota do médico na íntegra. “Há trinta anos, cuido da saúde de criminosos condenados. Por razões éticas, não busco saber o que de errado fizeram. Sigo essa atitude para cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico. E para não cair na tentação de traí-lo, atendendo apenas aqueles que cometeram crimes leves. No quadro do fantástico, segui os mesmos princípios. Sou médico, não juiz”.

Repercussão

Após a revelação dos crimes cometidos por Suzy, as pessoas ficaram divididas. Algumas afirmam que o médico deveria ter se certificado do crime antes da reportagem, outros dizem que Suzy já está presa e pagando pelo que fez.

https://twitter.com/PATRlOTAS/status/1236699747957854208

Suzy recebe 284 cartas em 5 dias

Após cinco dias da reportagem feita pelo médico Drauzio Varella no Fantástico, a detenta trans Suzy Oliveira já recebeu 234 cartas, 16 livros, duas bíblias, maquiagens, chocolate, envelopes e canetas. A história da mulher ganhou repercussão por causa de um momento tocante.

Ela contou ao médico que não recebeu nenhuma visita na cadeia em um intervalo de oito anos. Ele respondeu com um abraço, olhos marejados e o seguinte comentário: “Solidão né, minha filha?”.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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