Ex-goleiro é retratado em situação de rua em reportagem e Record deve indenizá-lo em R$ 80 mil

ex-goleiro record
Processo aconteceu após matéria ter sido exibida (Reprodução/Record TV)

A Rede Record foi condenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar R$ 80 mil ao ex-goleiro Sérgio Neri, de 58 anos. O motivo foi a exibição de uma reportagem em que um ator interpretou Neri e ficava sentado em uma calçada com uma bebida ao lado em estado de mendicância. As informações são de Rogério Gentile, colunista do UOL.

A matéria alvo da ação judicial foi ao ar em 2018 no programa “Esporte Fantástico”. Neri acionou a Justiça alegando que a reportagem foi produzida com base no depoimento de uma mulher que dizia ser amiga do vice-campeão Brasileiro pelo Guarani em 1986.

Os advogados de Neri argumentaram ainda que a emissora “colocou Neri em situação vexatória e humilhante” por sequer informar que um ator se passava pelo ex-goleiro. Isso fez com que as pessoas pensassem que o homem que apareceu era, de fato, Neri.

Record se defende

A Rede Record se defendeu no processo afirmando que o objetivo da reportagem era ajudar Neri a ter uma recolocação no mercado como treinador de goleiros. Segundo a emissora, o intuito não foi prejudicar a imagem do ex-jogador.

Sobre a cena da calçada, foi confirmada a simulação com base no relato de uma amiga que havia demonstrado “preocupação” ao encontrar Neri numa calçada “desagasalhado em um dia frio”. Também foi alegado que houve retratação na semana seguinte e que o público foi informado de que tudo era uma simulação.

Condenação

Após analisar as argumentações das partes, o desembargador Alexandre Coelho determinou que a Rede Record pague R$ 80 mil a Neri. “A mera alegação de que as imagens foram simuladas com base em entrevista de uma amiga do autor [Neri] não é suficiente para justificar a conduta”, afirmou.

As partes envolvidas podem apresentar recurso.

Edição: Roberth Costa
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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