A jornalista Hildegard Angel pediu ao Ministério Público uma autópsia do corpo de Gal Costa, após divulgação da reportagem da Revista Piauí acusando a viúva da cantora de ameaças, golpes e assédio. Hildegard publicou nas redes sociais, nessa quinta-feira (6), que “o mal súbito da cantora não nos convence”.
“Dadas às recentes revelações, os fãs de Gal Costa pedem ao Ministério Público uma autópsia já”, escreveu a jornalista. Ontem (6), a Revista Piauí movimentou as redes sociais após publicar uma reportagem sobre o relacionamento de 30 anos da empresária Wilma Petrillo com Gal Costa.
Gal Costa morreu aos 77 anos, em novembro de 2022, após sofrer um mal súbito em casa.
Ameaças, golpes e assédio moral
A reportagem da jornalista Thallys Braga, intitulada “A viúva de Gal Costa”, ouviu amigos, ex-funcionários e o irmão da artista, Guto Burgos, que acusaram Wilma Petrillo de assédio moral, ameaças e golpes financeiros contra a cantora.
Bruno Prado, médico que deu entrevista para a matéria, contou que era muito fã de Gal Costa e que, após encontrar a artista no camarim por meio da permissão de Wilma, ele e a viúva se aproximaram e viraram amigos. A empresária teria pegado R$ 15 mil emprestado com o médico, mas não pagou a dívida e passou a ameaçá-lo.
Segundo Bruno, a viúva não queria pagar a dívida e o intimidava, dizendo que se ele continuasse cobrando, ela iria “fazer uma coisa muito bonitinha: conto pro teu pai que você é viado”, relatou o médico. “Ela dizia coisas como você não tem vergonha de pedir dinheiro para uma mulher mais velha, sua bicha?'”.
Outra ameaça que Wilma Petrillo fazia a Bruno era que ele iria “tomar uma surra tão bonita” que iria “aprender a respeitar os outros”, conforme revelou o médico. O profissional de saúde contou que registrou um boletim de ocorrência e nunca mais falou nem com Gal, e nem com Petrillo.
Carreira de Gal Costa prejudicada
Em outra entrevista da reportagem, o produtor Ricardo Frugoli contou que Gal Costa perdeu várias oportunidades na carreira por causa do comportamento de Wilma Petrillo: “Durante muito tempo, fui o cara que não deixou a bomba explodir. Continuar ali era importante para protegê-la do que vinha acontecendo”.
Segundo Ricardo, ele continuou no trabalho por consideração à Gal, mas acabou demitido após fazer um boletim de ocorrência contra Wilma devido a ameaças.
De acordo com os amigos de Costa, ela diminuiu a quantidade de shows nos EUA pois a companheira vendeu um imóvel no país e voltou ao Brasil sem pagar os impostos da transação. Um dos funcionários que trabalhou com a cantora contou sobre uma discussão entre as duas que teria chegado a agressão física.
“O dinheiro entra e some, as dívidas não param de chegar. Que tipo de empresária é você?”, teria questionado a artista à Wilma. “Você é uma velha, as pessoas não querem mais te contratar”, rebateu a viúva. O funcionário disse que Gal afirmou não poder se separar de Petrillo, pois “ela levaria metade de tudo o que tenho”.
‘Pior pessoa com quem lidei’
O produtor Rodrigo Bruggermann, outro entrevistado que trabalhou com Gal Costa, relatou que Wilma “foi a pior pessoa com quem lidei nesse meio”. “Além de ser grosseira, ela fazia mudanças de última hora e aplicava taxas surpresa”, relembrou.
Ele ainda supôs que a cantora não fazia participações especiais pois a empresária não permitia. “Provavelmente nem deixava os convites chegarem até ela”, disse Rodrigo.
O empresário Maurício Pessoa contou que as apresentações de Gal na Natura Musical só aconteceram dois anos após o acordo, depois de muita insistência, mesmo com Wilma tendo exigido 80% de adiantamento. “Wilma sempre dizia que a agenda da Gal estava apertada”, relatou.
O álbum ao vivo, que fazia parte do acordo, nunca aconteceu, uma vez que ninguém aparecia no estúdio na data combinada e Wilma parou de responder às mensagens. Maurício perdeu o patrocínio da Natura e teve um prejuízo de mais de R$ 1 milhão.
‘Golpe de estelionato’
Um outro profissional do meio, o produtor cultural Cleber Lopes, relatou que pagou duas parcelas de R$ 15 mil adiantadas para Wilma para um show de Gal e, após fazer o depósito, a empresária deixou de atendê-lo. “Nesse ponto, eu já me sentia como se tivesse caído num golpe”, disse Cleber. O show acabou não acontecendo.
A reportagem revela, ainda, que muitas pessoas próximas à Gal ficaram distantes dela por causa de atritos envolvendo Wilma, inclusive o irmão Guto Burgos. Outros entrevistados revelaram ter sido vítimas de golpes por parte da empresária. Além disso, Petrillo teria humilhado a cantora devido ao seu peso.
A antiga dona do apartamento onde o casal morava ficou com o nome negativado porque Wilma deixou as dívidas no nome dela, e não pagou. A empresária também não permitiu que Gal Costa fosse enterrada no cemitério onde comprou um jazigo, e fez o enterro em São Paulo.
