A Justiça apreendeu um jatinho de R$ 37 milhões, do cantor Wesley Safadão, em meio à disputa envolvendo o “Sheik dos Bitcoins”, de quem o artista afirma ser vítima. A decisão é do TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná).
A defesa de Safadão diz que o jatinho foi dado à empresa dele, WS Shows, como garantia de que ele receberia de volta o valor investido na empresa de Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”. O empresário fez outras vítimas famosas, como Sasha Meneghel e o marido, João Figueiredo.
De acordo com a Polícia Federal, Francisley é suspeito de comandar um esquema de pirâmide financeira disfarçado de investimentos em criptomoedas, como o bitcoin. Conforme as investigações, o grupo comandado por ele promovia fraudes no Brasil e no exterior.
Desde outubro, o jatinho faz parte da batalha judicial entre Safadão e o “Sheik dos Bitcoins”. Inicialmente, quando a Justiça pediu o arresto da aeronave, a WS Shows recorreu e conseguiu uma manter a posse e a operação do jatinho durante o andamento dos procedimentos da transferência da propriedade.
Agora, com a nova decisão do TJPR, a equipe do cantor sertanejo está impossibilitada de usar o jatinho. Por meio de nota, a WS Shows, declarou ser “mais uma vítima dessa operação”.
“Esclarecemos que os sócios da WS Shows também acreditaram ser uma boa oportunidade de negócio, e assim que identificaram fragilidades, correram atrás de desfazer tudo, conseguindo minimizar o prejuízo investindo mais dinheiro com a compra do avião, inclusive pegando financiamento com o Banco do Brasil”, diz o comunicado.
“A WS Shows foi surpreendida com a recente decisão que determinou o bloqueio do jato, porém já está nas mãos da Justiça para que tudo seja resolvido da melhor e mais justa forma”, finaliza.
Sheik dos Bitcoins
Em janeiro deste ano, uma agência de segurança norte-americana informou à Polícia Federal que uma empresa internacional com atuação nos Estados Unidos e seu principal gerenciador estavam sendo investigados em Nova York.
Eles fariam parte de uma conspiração multimilionária de lavagem de capitais a partir de um esquema de pirâmide de investimentos em criptoativos.
Diante das informações e do pedido de cooperação policial internacional, a Polícia Federal iniciou uma investigação em Curitiba por causa das suspeitas de ocorrência de crimes conexos às fraudes praticados nos Estados Unidos pelo empresário, o “Sheik dos Bitcoins”.
A PF constatou que Francisley Valdevino da Silva possuía mais de 100 empresas abertas no Brasil vinculadas a ele. Por meio do grupo empresarial, ele estaria lesando investidores não só no exterior, mas também em território nacional.
As investigações apontam que o empresário conseguiu iludir milhares de vítimas que acreditavam nos serviços prometidos: o aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.
O “Sheik dos Bitcoins” alegava ter vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos, informando possuir grande equipe de traders, que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e, assim, gerariam lucro para suportar o pagamento dos rendimentos.
“Ao longo da investigação, ficou evidenciado que o investigado constituiu verdadeira organização criminosa, inclusive com muitos membros de sua família que também eram funcionários de suas empresas, para se apropriar dos valores investidos, tanto em reais como em criptomoedas, pelas vítimas da fraude”, informa a PF.
A suspeita é de que as movimentações das empresas de Francisley da Silva podem chegar a R$ 4 bilhões de reais no Brasil.
