Pai cria história ilustrada para ensinar o filho a lidar com a perda do irmão

história ilustrada
Para ajudar o filho mais velho a lidar com a saudade do caçula, o publicitário criou a história ilustrada ‘Titico precisa dizer tchau’ (Reprodução/Redes sociais)

Conviver com a dor do luto é desafiador em qualquer fase da vida, mas costuma ser especialmente delicado quando se é criança. Para ajudar o filho mais velho a lidar com a saudade do caçula, que faleceu há cerca de um mês e meio, um publicitário de do Rio Grande do Sul criou o livrinho ilustrado “Titico precisa dizer tchau”.

Em conversa com o BHAZ, Pacco Vasconcelos explica que o recém nascido Levi Tiago faleceu após pegar uma gripe no hospital. Após a perda, o filho mais velho dele, Caio Hugo, de apenas 2 anos e meio, comçou a se isolar na escola, além de ter problemas no sono.

“Ele acabou ficando bem mal coma partida do mano. Acho que o estopim foi quando a moça da creche disse que dois coleguinhas da escola iriam ganhar irmãos. Ela fez um conto dizendo que a mamãe fica grávida e que logo o bebê chega para alegrar a casa. Quando ela terminou a história, ele apontou para a janela e disse que o mano dele estava no céu”, conta ele.

Da dor ao alívio

Pacco explica que já tinha feito um livro para ensinar Caio, apelidado carinhosamente de Titico, a lidar com a raiva. Diante do sentimento de perda, que é algo novo para a criança, o pai então decidiu criar uma história sobre a importância de se despedir.

“A gente fez questão de levá-lo ao funeral, contamos para ele desde o início que o mano dele tinha ficado doente e morrido. Tentamos não usar metáforas, porque às vezes ele não entende muito e pode até achar que o irmão vai voltar em algum momento”, explica o publicitário.

Para desenvolver o livro, o pai escreveu uma história em forma de poema, diagramou em formato de livro e criou personagens para cada membro da família. Vídeo publicado por ele e que mostra a reação de Caio ao ler a história pela primeira vez.

“Quando contei para ele pela primeira vez deu para ver que ele ficou bem sentido. Dava pra ver que ele se identificava com a história. O livro conta a dor e depois conta o alívio, então no final ele ficou bem feliz e pediu para eu contar a história várias vezes”, disse o pai.

Quem quiser ter o livro pode comprá-lo pelo site.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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