Paulo André expõe ofensas racistas contra ele e filho de 1 ano: ‘Macaco e sagui’

paulo andré filho
O velocista recebeu apoio nas redes sociais (Reprodução/Instagram/@iampauloandre)

O velocista e ex-BBB Paulo André utilizou as redes sociais para denunciar mensagens racistas contra ele e o filho, recebidas por meio do Instagram. Alguns comentários postados por PA foram escritos após a festa de aniversário de 1 ano do pequeno, que também se chama Paulo André.

‘Macaco e sagui’

O atleta revelou que recebeu mensagens ofensivas, como “Nossa, ótima ideia, selva porque já tinha o macaco e o sagui” e “Ridículo como o pai”. Além disso, usuários também enviaram “emojis” de bananas e macacos. A festa do filho de Paulo André com Thays Andreata ocorreu no último dia 31 de agosto.

Fãs apoiam Paulo André e filho

Após a divulgação dos “prints”, que já somam mais de 72 mil curtidas e sete mil compartilhamentos, Paulo André e seu filho receberam centenas de mensagens de apoio.

“Estamos com você para sempre te apoiando, felizes pela pessoa que você se tornou. Te amamos, viu?”, escreveu uma internauta. “O espaço que ele ocupou incomoda”, refletiu outro. Leia alguns comentários:

‘Amo vocês’

Horas depois, o atleta postou um tweet de agradecimento aos fãs e seguidores. “Valeu pelas mensagens de carinho, amo vocês! Tá tudo certo por aqui, e o que não tiver, vai ficar”, publicou.

Anteriormente, Paulo André também havia escrito um tweet de teor crítico sobre o racismo: “Preto vencendo incomoda!!! Quem não é da cor fala que é maluquice”.

Racismo é crime

De acordo com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), é classificada como crime de racismo – previsto na Lei n. 7.716/1989 – toda conduta discriminatória contra “um grupo ou coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça”.

A lei enquadra uma série de situações como crime de racismo. Por exemplo, recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais. Ou também negar ou obstar emprego em empresa privada, além de induzir e incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

O crime de racismo é inafiançável e imprescritível, conforme determina o artigo 5º da Constituição Federal.

Já a discriminação que não se dirige ao coletivo, mas a uma pessoa específica, também é crime. Trata-se de injúria racial, crime associado ao uso de palavras depreciativas referentes à raça ou cor com a intenção de ofender a honra da vítima. É o caso de expressões como “macaco” e “sagui”, usadas contra Paulo André e seu filho.

Quem comete injúria racial pode pegar pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la. Em outubro de 2021, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que o crime de injúria racial também deve ser declarado imprescritível e inafiançável, assim como o crime de racismo.

Canais de denúncia

  • Delegacia Especializada em Repressão aos crimes de Racismo, Xenofobia, Homofobia e Intolerâncias Correlatas – DECRIN

Telefone: (31) 3335-0452
Endereço: Avenida Augusto de Lima, 1942 – Barro Preto
Horário de Funcionamento: Segunda à Sexta, de 12h às 19h

  • Ministério Público – Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, Igualdade Racial, Apoio Comunitário e Fiscalização da Atividade Policial

Telefone: (31) 3295-2009
Endereço: Rua dos Timbiras, 2928 5º andar Barro Preto – Belo Horizonte – MG
Horário de Funcionamento: Segunda à Sexta, de 13h às 18h
E-mail: [email protected]

  • Disque 100 – Disque Direitos Humanos

Horário de funcionamento: diariamente de 8h às 22h
Cidadão brasileiro fora do Brasil, pode discar: +55 61 3212-8400.
E-mail para denúncias: [email protected]

  • Disque 190 – Policia Militar

O 190 é destinado ao atendimento da população nas situações de urgências policiais. Atendimento 24 horas por dia, todos os dias da semana.

  • Disque 181 – Denúncia Anônima

Serviço destinado ao recebimento de informações dos cidadãos e cidadãs sobre crimes de que tenham conhecimento e possam auxiliar o trabalho policial.

No Disque Denúncia 181, a identidade do denunciante e denunciado é preservada.

Atendimento 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Edição: Roberth Costa
Beatriz Kalil Othero[email protected]

Jornalista formada pela UFMG, escreve para o BHAZ desde 2020, e atualmente, é redatora e fotógrafa do Portal. Participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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