Primeira Semana da Diversidade Sexual e da Cidadania LGBT apresenta artistas transgêneros mineiros

Divulgação/Agência Minas

“A cultura faz com que as pessoas transcendam-se”. Aos 23 anos, Mel Costa Carvalho, morador de Contagem, relata com orgulho sua trajetória como ator trans. Formado pela Escola de Teatro PUC Minas, até participou da campanha “Saúde é Atitude” do Governo de Minas Gerais. “Viemos para ocupar, mostrar que existimos e iremos resistir”, celebra.

Mel é um dos artistas transgêneros de Minas Gerais que estão lutando para conseguir espaço para exibir seus trabalhos. Diante da realização da 1ª Semana da Diversidade Sexual e da Cidadania LGBT, que se estende até domingo (17), contamos abaixo a história de alguns desses artistas transgêneros.

NO INTERIOR

“É simples. Desde criança gosto muito de desenhar e isso sempre ficou presente na minha vida. Por medo das incertezas financeiras de ser artista por profissão, me formei primeiramente em Design de Produto pela FUMEC. Depois, fui para o curso de Bacharelado em Artes Plásticas da Escola Guignard e no meio dele me isolei e me transformei em quem eu queria ser. Hoje continuo desenhando e vendendo meus trabalhos”. Assim o artista visual trans Paulo Bevilacqua resume os seus 30 anos de vida profissional e pessoal.

O desenhista de Carangola, na Zona da Mata, segue produzindo sua arte independente de questões de gênero. “A princípio eu não me posiciono como artista trans. Quero mostrar minhas qualidades profissionais para além da minha identidade. Ainda assim sou militante e luto sempre pelo respeito a todas as diferenças” comenta o artista, que teve seus quadros expostos na Cidade Administrativa durante a Semana da Diversidade.

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Trabalho de Paulo Bevilacqua

PRECONCEITO

Os desafios vividos no dia a dia configuram tema abordado por Babi Macedo, que prefere ser chamada de “A Travartista”. Aos 22 anos, a artista exibe em seus quadros um trabalho subversivo, engajado e político. “Minha arte é a melhor ferramenta para provocar e gerar reflexão sobre questões primordiais como alteridade, respeito e convivência social”. Um de seus principais objetivos é acabar com o preconceito contra travestis. “Quero que as pessoas possam fazer uma reflexão para ultrapassar a ideia absurda de que travesti só está se prostituindo e usando drogas. Não, estamos fazendo arte!”, conclui.

Quadro assinado pela Travartista, Babi Macedo
Quadro assinado pela Travartista, Babi Macedo

DESQUE PEQUENA

Figura conhecida pelas ruas da região central da capital, Cristal Lopes abusa de seu carisma e marca presença em eventos da cultura LGBT com suas performances. A artista negra e trans de 33 anos é fã do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, diz que foi criada nas coxias do Palácio das Artes e se formou em Moda. “A Cristal artista sempre esteve ali. Sou filha de bailarina, a minha mãe tem uma sensibilidade artística muito forte e me apresentou nomes como Novos Baianos e Gal Costa. A princípio queria teimar com a minha vocação, mas não adiantou”, conta.

Cristal. Imagem: Reprodução
Cristal. Imagem: Reprodução

I Semana da Diversidade Sexual e da Cidadania LGBT

Uma série de atividades culturais, colaborativas e gratuitas está sendo realizada, desde o dia 7 de julho, em vários equipamentos culturais da capital sob a coordenada pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac).

O objetivo é dar visibilidade à população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e à luta contra a LGBTfobia. Clique aqui e conheça a programação completa que se estende até o dia 17, domingo.

Da Agência Minas.

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