Pyong hipnotiza e faz Ivy ver o filho de 3 anos no BBB; entenda como funciona a técnica

Pyong hipnotiza brother no BBB
A modelo acreditou que a colega Gabi Martins era seu filho, de 3 anos (TV Globo/Reprodução)

Em um período de algumas horas dentro do BBB, a mineira Ivy Moraes viu o filho dentro da casa, esqueceu o próprio nome, ficou bêbada, viu Thiago Leifert ao lado dela e teve uma crise de gagueira. Como? A modelo foi uma das pessoas hipnotizadas pelo youtuber Pyong Lee na noite dessa segunda-feira (2).

Após o programa ao vivo, o hipnólogo reuniu alguns colegas de confinamento para mostrar a técnica. Em um dos momentos mais impressionantes da hipnose, Ivy vê na colega Gabi Martins o filho de 3 anos, Luiz Miguel. A modelo chora muito, enquanto abraça a sister.

Entenda a hipnose

O hipnoterapeuta Tales Araújo esclarece que a hipnose não é nada de outro mundo e faz parte do nosso dia-a-dia. “A todo momento a gente é hipnotizado. Quando você fica mexendo na rede social por horas e não vê o tempo passar. Ou quando está assistindo algum filme que te deixa empolgado ou triste, é algo natural”, exemplifica ao BHAZ.

O hipnoterapeuta explica que tudo que a pessoa faz quando está hipnotizada já está armazenado na chamada memória longa. “Toda a nossa programação está armazenada dentro da mente no subconsciente e a hipnose trabalha justamente nessa parte. Quando ele fala para ela gaguejar, isso já está armazenado na memória longa, o subconsciente vai acessar o que o Pyong trouxe para ela”, esclarece.

No BBB, Ivy explica que no “encontro com o filho”, ela sabia que a criança não estava ali, no entanto sentiu como se sua mente criasse ele ali naquele momento. Assim, a modelo sentiu a emoção de estar em contato com ele.

Apesar de Pyong demonstrar um controle sobre os hipnotizados, Tales ressalta que quem aplica a técnica não tem nenhum poder especial. “Tudo que o Pyong faz é falar com a pessoa. Quem faz acontecer é a própria pessoa. Toda hipnose é uma auto-hipnose. O que fazemos é direcionar, dar sugestões”, explica.

‘Isso é tudo fingimento’

Apesar de ser uma área amplamente estudada pela ciência, ainda existe um grande ceticismo com relação à hipnose. Muita gente acredita que a pessoa que está em transe está apenas fingindo ou sendo iludida.

Enfermeiro e hipnólogo, Luiz Henrique Prado Coelho explica que a técnica pode alcançar vários níveis de aprofundamento. Durante o processo, o hipnólogo observa quem está mais engajado no processo de imersão. “Começa com sugestões simples, como esquecer o nome, e vai aprofundando até ver o que o paciente reage aos estímulos, chegando até a alucinação”, detalha.

Luiz Henrique afirma que todas as pessoas são igualmente suscetíveis à hipnose. No entanto, alguns fatores influenciam na capacidade da pessoa acessar alguns lugares da própria mente. O hipnólogo cita a vontade da pessoa de ter a experiência, a confiança no profissional e a facilidade para aceitar a sugestão.

“Uma coisa importante para uma mãe é ver o filho e ela tem a vivência na mente. Então, mexe com facilidade com essa sugestão. O resultado depende muito do paciente para que seja potencializado”, explica Luiz, se referindo à hipnose de Ivy.

O enfermeiro explica que a aplicação da técnica não tem riscos e, ao contrário disso, pode ter vários usos terapêuticos. “Nunca um paciente em hipnose vai atentar contra sua ética, moral e costumes. Muitos filmes extrapolam essa realidade, mas o máximo que vai acontecer com você é desenvolver uma capacidade de conseguir se concentrar”, esclarece.

Uso terapêutico

No BBB, as cenas de hipnose impressionaram os participantes e a audiência. No entanto, o hipnoterapeuta Tales afirma que a técnica vai muito além do entretenimento. O profissional aplica o tratamento para resolver questões emocionais.

“A hipnose pode ser utilizada para tratar qualquer tipo de situação emocional. Se a pessoa passa por ansiedade, depressão, baixa autoestima, baixa motivação, estresse. A hipnoterapia, que é uma terapia com a pessoa em hipnose, consegue ser mais eficiente porque comunica diretamente com o subconsciente”, declara.

No reality-show, outra hipnose realizada por Pyong foi fazer com que a sister Thelma não sentisse qualquer dor no braço direito. Pyong e outros colegas beliscam e apertam o braço de Thelma, que não reage aos estímulos. É exatamente esse o tipo de aplicação terapêutica usada pelo enfermeiro Luiz Henrique Prado.

“Esse exemplo da anestesia do braço, mostra como podemos usar em procedimentos que são dolorosos, ou quando o paciente está com dor, para reduzir a resposta dolorosa ou resposta ao estímulo. A hipnose tem a capacidade de realizar o manejo em questões subjetivas, e a dor, com certeza, é uma questão subjetiva”, explica.

O enfermeiro hipnólogo acrescenta que a técnica pode ser aplicada para resolver fobias ou traumas. “Você pode inclusive voltar em situações passadas, ou projetar uma pessoa para o futuro. Por exemplo, uma pessoa que busca um objetivo, um sonho, um desejo, pode projetar a pessoa naquele momento para a pessoa ter mais disciplina e vontade”, explica.

No entanto, Tales Araújo explica que aprender a hipnose é muito fácil e pode ser feito até mesmo pela internet. No entanto, ressalta que para a aplicação da hipnoterapia é necessário uma profissionalização e estudos intensos. “A hipnose sozinha não faz nada, mas a hipnoterapia consegue tratar qualquer questão emocional. A técnica demonstra como a mente é poderosa, como consegue fazer novas programações, e a hipnose consegue adiantar, facilitar isso”, conclui.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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