‘Terra do queijo’: Cidade mineira guarda paraíso natural, delícias e nascente do Velho Chico

Serra da Canastra Minas Gerais
Em São Roque de Minas e em Vargem Bonita há mais de 10 fazendas que produzem queijo e recebem turistas (Rafael D’Oliveira/BHAZ)

A cidade de São Roque de Minas, localizada na Serra da Canastra, no Centro-Oeste mineiro, a 322km de Belo Horizonte, guarda em seu território encantadoras riquezas naturais e da culinária mineira. Se estiver em busca por um local para descansar e curtir a tranquilidade do interior mineiro, comer bem e ver paisagens exuberantes, São Roque é o lugar.

O município, com cerca de 7 mil habitantes, tem praias de água doce, cachoeiras diversas, uma rica culinária e, lógico, o parque nacional da Canastra e toda sua enorme biodiversidade, equivalente a um safari mineiro. Além disso, a cidade é terra mãe da nascente do rio São Francisco, um dos principais do Brasil.

Com sorte, é possível ver no parque o lobo-guará, raposas, onças pardas e o pato-mergulhão, uma das aves aquáticas mais raras do mundo e ameaçada de extinção. O pato atrai turistas do mundo todo, que se aventuram pelas margens do rio à sua procura.

Nascente do Velho Chico (Rafael/D’Oliveira)

A região também é produtora do queijo da canastra, uma das principais iguarias do Estado e que, constantemente, é premiada no exterior. Cada fazenda queijeira produz um queijo com sabor e textura diferenciada, mesmo com a receita do produto sendo a mesma.

O BHAZ conheceu a cidade e as riquezas da região. Viaje conosco:

Parque Nacional da Serra da Canastra

O parque fundado em 1972 tem aproximadamente 200 mil hectares de terras demarcadas como reserva natural. Dentro do parque é possível visitar a nascente do Velho Chico, ver animais e plantas típicas da região e conhecer a cachoeira Casca D’anta, a maior queda d’água do rio São Francisco, com 186 metros de altura.

É possível ver a cachoeira por dois ângulos: na parte baixa, onde se vê a queda livre do afluente; e na parte alta, onde se vê o rio de uma altura de aproximadamente 300 metros, onde também é possível visitar a cachoeira Rasga Canga e o Curral das Pedras – local ótimo para abastecer seu Instagram com várias fotos, no mirante do parque.

Tanto a parte alta quanto a parte baixa exigem que o os visitantes façam trilhas leves. A entrada no parque custa R$ 11, por pessoa. Os passeios dentro do parque são feitos por empresas de guias turísticos. O trecho custa em média R$ 120 por pessoa e o visitante pode escolher pela visitação na parte alta ou baixa do parque: em ambas é possível nadar no rio São Francisco.

Nossa equipe foi acompanhada pela empresa Canastra Eco 4×4. Em dois, dias, visitamos as duas partes do parque. Além das cachoeiras, conhecemos também a prainha do Velho Chico.

Parte alta

O Gavião Carcará é uma das aves mais vistas do parque (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Rio São Francisco na parte alta da cachoeira Casca D’Anta (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Rio São Francisco visto a 300 metros de altura (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Cachoeira da Rasga Carnga, na parte alta do parque (Rafael D’Oliveira/BHAZ)

Parte baixa

Serra da Canastra vista pela estrada que segue para a parte baixa do parque (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Cachoeira da Chinela (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Prainha do rio São Francisco (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Parte baixa da cachoeira Casca D’Anta (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Cachoeira Casca D’Anta (Rafael D’Oliveira/BHAZ)

Fazendas queijeiras

Desde 2008, o queijo da Serra da Canastra é reconhecido como bem imaterial brasileiro pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Na região, existem centenas de fazendas produtoras de queijo.

A produção é acompanhada pela Aprocan (Associação dos Produtores de Queijo Canastra). Para ser autêntico, o Queijo da Canastra precisa ser feito nos municípios de São Roque de Minas, Medeiros, Vargem Bonita, Tapiraí, Delfinópolis, Bambuí e Piumhi. Todos os municípios compõem a região da Serra da Canastra.

A receita do queijo é simples: leite cru, pingo – soro extraído do leite no dia anterior a produção -, coalho e sal grosso. Mas, mesmo com a conhecida receita, o segredo do sabor diferenciado de cada queijo está em um conjunto de características únicas: tipo de pastagem, o gado, o relevo, o clima e diversas características de cada fazenda. O grupo de complexidades é chamado de “terroir” (terroá) da Serra da Canastra.

Na região é possível fazer visitas às fazendas queijeiras, experimentar e comprar queijos premiados e conhecer a história da produção do produto. A reportagem foi às fazendas da Roça da Cidade; Capim Canastra (queijo do Guilherme); do Ivair, que produz um queijo premiado e conhecido como o “brie da Canastra”; e Capão Grande.

Queijo do Guilherme, na fazenda Capim Canastra (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Queijo do Ivair, um dos mais famosos do Estado (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Queijo e geleia produzidos na fazenda Capão Grande (Rafael D’Oliveira/BHAZ)

Culinária

A comida tradicional mineira é o ponto alto culinário da cidade. Contudo, o queijo canastra é incluído em diversas receitas. Um dos principais restaurantes da cidade é o “Velho Chico”.

Segundo o proprietário da casa, Ricardo Aziz, o restaurante busca valorizar a produção local. Dentre os pratos mais procurados estão o filé de tilápia empanado com palmito e queijo canastra, acompanhado com arroz cremoso especial, além do tropeirão Velho Chico.

O restaurante tem duas unidades, uma no centro de São Roque de Minas e outra em Vargem Bonita.

Tropeirão do Velho Chico (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Filé de tilápia empanado com palmito e queijo canastra (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Surubim ao molho de queijo (Rafael D’Oliveira/BHAZ)
Pizza marguerita e três queijos tipo canastra (Rafael D’Oliveira/BHAZ)

Também em Vargem está o Empório Sabores da Canastra, onde é possível comprar produtos produzidos na região, como doces, cafés e queijos. No empório são vendidos, ainda, pães de queijo recheados e bolos.

Trata-se de uma parada obrigatória para quem optar visitar a parte baixa do parque da Serra da Canastra, já que, na volta, é possível passar no Centro de Vargem Bonita. Pare, tome um café e experimente a iguaria.

Pães de queijo recheados (Rafael D’Oliveira/BHAZ)

Hospedagem

O hotel Chapadão da Canastra, fundado em 2001, é referência em hospedagem em São Roque de Minas. O empreendimento conta com quartos com capacidade de receber até quatro hóspedes, ar-condicionado, TV e frigobar. Além disso, o hotel é pet friendly, ou seja, seus bichinhos são bem-vindos.

Rafael D’Oliveira/BHAZ
Rafael D’Oliveira/BHAZ

O café da manhã é rico e composto por produtos da região e o hotel disponibiliza para os hóspedes passeios, organizados por parceiros. Para aqueles que pretendem visitar o Parque da Canastra, o hotel vende um kit lanche, com frutas, suco, água, bolo e barra de cereal. Uma facilidade para passar o dia tranquilo.

Rafael D’Oliveira/BHAZ

O hotel conta com piscina de água natural, uma hidromassagem aquecida e, também, acesso ao Rio do Peixe, um dos afluentes do São Francisco. Essa é uma das principais características do espaço. A proximidade com o rio e as árvores frutíferas atraem pássaros de diversas espécies ao local, tornando o ambiente muito agradável e tranquilo.

Serviços

Hotel Chapadão da Canastra

Informações: www.chapadaodacanastra.com.br

Instagram: @hotel_chapadao

Contato: (37) 3433-1267 / (37) 99911-5852

Canastra Eco 4×4

Contato: Whatsapp (37) 9 8841-2769 / (37) 9 9914-9737

Instagram: @canastraeco4x4

Restaurantes

Velho Chico: @velhochicorestaurante

Velho Chico (Unidade de Vargem Bonita): @restaurantevelhochicovb

Sabores da Canastra Café: @saboresdacanastracafe

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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