O Novo Ensino Médio entrou em vigor este ano, trazendo muitas novidades que afetam a vida escolar desse segmento.
Professores, estudantes e instituições de ensino estão tendo que se adequar às mudanças implementadas pela Lei nº 13.415/2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, estabelecendo uma mudança na estrutura do Ensino Médio.
O tempo mínimo do estudante na escola foi ampliado e foi definida uma nova organização curricular, integrada, que contemple uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes – os itinerários formativos.
Na integração curricular devem ser garantidas 1.800 horas para a Formação Geral Básica, orientada pela Base Nacional Comum Curricular e, no mínimo, 1.200 horas para os Itinerários Formativos.
Com o novo modelo valendo a partir deste ano de 2022, as disciplinas passam a ser organizadas em quatro áreas do conhecimento, como é feito na divisão do Enem: Linguagens e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Inglês, Artes e Educação Física); Matemática e suas Tecnologias (Matemática); Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Biologia, Química e Física) e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia).
Os outros 40% do currículo são preenchidos pelos chamados Itinerários Formativos, um conjunto de disciplinas, pesquisas, projetos, oficinas, grupos de estudo, entre outras situações, em que os estudantes poderão aprofundar os conhecimentos a partir de sua preferência.
O professor Fernando Almeida de Melo, gestor pedagógico do Ensino Médio do Colégio Loyola, de Belo Horizonte, explica que nessa escola, o Ensino Médio está estruturado de modo a oferecer uma formação que dê aos estudantes ferramentas para que respondam às demandas da vida e do mundo contemporâneo com inovação, criatividade, responsabilidade e respeito à Casa Comum.
“O Ensino Médio do Colégio Loyola considera as experiências e os conhecimentos adquiridos pelos estudantes ao longo do Ensino Fundamental, e, assim, propõe uma estrutura curricular que permite que os jovens, no exercício da autonomia construída, escolham itinerários formativos eletivos, como Educação Financeira, Mídias e Cultura Digital, Futuro do Trabalho e Ecologia Integral.”
Ele explica que além das disciplinas da Formação Geral Básica, o novo currículo é composto por rotas de aprofundamentos em diferentes conteúdos, bem como por itinerários que integram diferentes áreas do conhecimento, reforçando a formação dos jovens para a Cidadania Global.
Projeto de Vida
Outra novidade que começa a fazer parte do Ensino Médio é o Projeto de Vida. As escolas devem implementar um programa que levem os jovens a refletirem sobre suas possibilidades de estudo e suas escolhas para o futuro pessoal e profissional, a partir do desenvolvimento de competências socioemocionais.
O professor Fernando Melo explica que o Projeto de Vida é, essencialmente, uma abordagem que permeia todo o currículo dessa etapa de formação dos jovens.
Além de ser norteador para a proposta formativa de todas as disciplinas do Ensino Médio, os estudantes têm um espaço semanal privilegiado, com orientação de professores e orientadores, para que reflitam sobre suas escolhas e ações no mundo, de modo que se tornem cada vez mais capazes de integrar um mundo diverso e em mudança, criando um projeto de vida para e com os demais.
Assim, para além do desenvolvimento intelectual e acadêmico, o Projeto de Vida é uma abordagem que visa o desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais necessárias para a realização humana e profissional.