Polícia apreende ‘Mantos da Massa’ falsificados e vendidos em shoppings populares de BH

Manto da Massa falsificado
Modelo ainda nem chegou a ser entregue aos torcedores compraram o original (Polícia Civil/Divulgação)

Uma operação da Polícia Civil investiga a fabricação de versões falsificadas de camisas do Atlético, no modelo da segunda versão do “Manto da Massa”. Cerca de 200 camisas que eram vendidas em shoppings populares foram apreendidas e a corporação conseguiu localizar uma das fábricas onde o material era produzido.

A Polícia Civil foi acionada pelo próprio Atlético, já que o Manto da Massa mais recente ainda nem chegou a ser entregue aos torcedores que já compraram os modelos. Isso porque o modelo foi escolhido pelos atleticanos em sorteio no último mês, e o clube só passou a confeccionar as roupas depois disso. A previsão é que os torcedores do Galo recebam suas camisas entre 30 de outubro e 21 de dezembro.

Camisa falsificada
Uma das fábricas onde as camisas eram produzidas foi identificada (Polícia Civil/Divulgação)

“Tudo que envolve esporte tem uma paixão diferenciada, e atentos a isso recebemos essa demanda. Protegemos a propriedade intelectual, porque os produtos que estavam sendo falsificados foram fruto de um concurso elaborado pelo time, em que artistas se esforçaram para tentar materializar o sentimento de torcedor”, disse o delegado Júlio Wilke nesta segunda-feira (16).

Investigação e apreensão

De acordo com o delegado Magno Nogueira, da 1ª Delegacia de Fraudes da Polícia Civil, explicou que a investigação ainda não foi encerrada, mas que parte da venda e da fabricação das camisas foi desarticulada. Segundo o responsável, depois de receber a denúncia, a equipe buscou identificar os intermediadores dessa comercialização.

“Eles traziam essas camisas para revendê-las em shoppings populares, tanto em Belo Horizonte quanto na região metropolitana. As camisas são amplamente comercializadas, e fizemos um trabalho qualificado para ir atrás das fábricas. Elas são o principal problema no momento de estancar esse crime contra propriedade intelectual e de marca”, detalha.

Camisas falsificadas
Outros modelos falsificados também foram apreendidos (Polícia Civil/Divulgação)

Os policiais conseguiram identificar um dos intermediadores em uma cidade no interior de Minas, onde foram apreendidas mercadorias que estavam sendo levadas para comerciantes de outros municípios. “O intermediador recebia encomendas de mil camisas por semana. Não conseguimos apreender todo o material, mas boa parte, comprovando a materialidade do crime”, conta o delegado.

Fabricação das camisas

Após encontrar um intermediador, a equipe localizou uma das fábricas que produzia o material, no Sul de Minas. Lá, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão, e localizou a matéria-prima para produção das camisas, além da matriz industrial usada para fazer a cópia dos modelos.

Ainda segundo o delegado Magno Nogueira, as roupas são confeccionadas por prensa quente, por meio da qual o mapa de Minas Gerais é estampado nas camisas. “Após ser feita essa base, a inclusão dos escudos é feita através de marca bordadeira, além de mangas, golas e símbolos da empresa fabricante do material esportivo [Le Coq]”, descreve.

“Os torcedores ainda não têm acesso a essa camisa, então [as camisas falsificadas] não apresenta perfeição de qualidade. Provavelmente, eles tentarão conseguir após o início da entrega das camisas [oficiais]. Vamos continuar na tentativa de localizar outras fábricas, o combate permanecerá. Não é só o Atlético, mas outros clubes têm sofrido com esse material contrafeito diariamente nas fábricas clandestinas”, conclui o responsável.

‘Ousadia’

O diretor jurídico do Atlético, Luiz Fernando Pimenta Ribeiro, comentou sobre a importância da operação da Polícia Civil para o clube e citou a “ousadia” de se falsificar uma camisa criada por um torcedor do time. “O projeto do Manto da Massa é extremamente importante no sentido do engajamento da torcida”, reforçou.

Segundo ele, pouco tempo depois do lançamento da campanha, o produto foi identificado sendo vendido nas redes sociais. “Através de um pedido do presidente [do Atlético] Sérgio Coelho e do doutor José Murilo [vice-presidente], foi colocado o levantamento dessas informações a conhecimento da Polícia Civil. Eles são quem de fato é têm o poder investigativo, instrumentos para chegar à origem”, completa.

“Não basta somente proibir o comércio, se fechar a fábrica, você fecha a fonte e isso tem um resultado melhor. Esperamos que as responsabilidades sejam apuradas para que diminua, pelo menos, a ousadia de se fazer algo desta natureza. Porque se temos um projeto de entregar algo para o consumidor e existe todo um planejamento, não pode alguns poucos querer tirar vantagem dessa situação”, finaliza.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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