Nova tecnologia reduz a transmissão de doenças na transfusão de sangue

Técnica de Transfusão de sangue
Hemominas apresenta nova tecnologia para inibis patogénicos na transfusão de sangue. (Reprodução/Hemominas/Facebook)

O Hemominas está implementando a Técnica de Inativação de Patógenos (TRP), um novo processo que reduz a transmissão de doenças via transfusão de sangue. O Secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, esteve na unidade de Belo Horizonte para conhecer e divulgar o processo em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (23).

A presidente do Hemominas, Júnia Cioffi, a diretora técnico-científica, Maísa Ribeiro, e a coordenadora do Hemocentro de Belo Horizonte, Priscila Rodrigues receberam o secretário. Baccheretti parabenizou todos os servidores que participaram do processo e ressaltou a importância da nova técnica.

“Esta é uma técnica inovadora e pioneira no Brasil, que vai trazer mais segurança no processo transfusional. Com certeza, o mineiro pode continuar se orgulhando em receber hemocomponentes de excelente qualidade”, afirmou o secretário.

Júnia Cioffi explicou na coletiva o funcionamento do processo TRP: “É uma metodologia que veio proteger, principalmente, aqueles componentes do sangue que são plasmáticos, especificamente os concentrados de plaquetas, usados em pacientes que têm distúrbios de coagulação, fazem tratamento quimioterápico ou são transplantados. O que esse processo faz é um tratamento dessas plaquetas, para inativar os patógenos, vírus e bactérias que não são triados pelos testes sorológicos e de biologia molecular”, detalhou.

O TRP inclui um produto químico na bolsa de plaquetas, que, após passar por um equipamento, inativa as células patogênicas. Por último, o produto é retirado da bolsa e as plaquetas estão prontas para transfusão.

“Essa técnica permite anular a transmissão de doenças como a dengue, Zika, Chikungunya, malária e febre amarela que, eventualmente, poderiam ser transmitidas numa transfusão, mesmo com todos os cuidados que a Hemominas já mantém. Com essa inativação, o potencial risco de reação que os pacientes possam ter é zerado”, confirmou a presidente do Hemominas.

Júnia ainda ressaltou os benefícios da nova técnica para pacientes com câncer, transplantados e recém-nascidos, inibindo o vírus citomegalovirus, comumente conhecido como Herpes. Apesar de muitos não demonstrarem sintomas, 80% da população já teve contato com o vírus. “O doador de sangue, mesmo não tendo infecção, é passível de transmiti-lo. Agora, esses pacientes estão completamente protegidos com essa técnica”, comemorou.

Expansão da técnica de transfusão de sangue

Júnia Cioffi disse que a proposta é ampliar esse processamento para todas as unidades do hemominas no futuro. Entretanto, por centralizar as bolsas de sangue de várias unidades do estado, essa nova tecnologia já estará em difusão indiretamente.

A presidente também lembrou a necessidade dos mineiros de doarem sangue. “Atualmente estamos com os estoques razoáveis, com necessidade de comparecimento de doadores dos grupos O positivo e A positivo e todos os demais negativos”, completou.

Edição: Vitor Fernandes
Giulia Di Napoli[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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