Em referência velada à Operação Lava Jato, o governador Fernando Pimentel (PT) usou o exemplo de Nelson Mandela — líder sul-africano homenageado, em memória, na cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência, nesta sexta-feira (21) — para criticar perseguições políticas “respaldadas por processos claramente parciais” (ouça a íntegra do discurso).
“Falo também das perseguições políticas, religiosas, ou raciais, muitas delas respaldadas por processos claramente parciais, onde a violência e o desrespeito se ocultam atrás de ações espetaculosas, nas quais a intenção de justiçamento e não de justiça fica cada dia mais evidente”.
O discurso de Pimentel ocorreu em Ouro Preto, na região Central do Estado, durante a entrega da Medalha da Inconfidência — maior condecoração de Minas. Entre os 170 agraciados, estavam cinco citados por delatores da Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato.
São eles: os governadores Renan Filho (PMDB-AL), Flávio Dino (PCdoB-MA), Rui Costa (PT-BA) e Tião Viana (PT-AC), além do deputado federal Fábio Ramalho (PMDB-MG).
Ainda no discurso, o chefe do Executivo de Minas defendeu a confiança na Justiça, em detrimento de condenações sem provas. Para ele, o “sistema jurídico perfeito” seria aquela que busca provas e não apenas versões dos fatos.
“As acusações, quando a serviço de estratagemas, morrem. Os acusadores morrem. Mas a injustiça contra as vítimas da acusação infundada, essa é incontornável e irreparável. Por isso, o devido processo penal não pode ser atropelado pela ansiedade do condenar, de execrar, de justiçar”, concluiu o governador.