Começou com uma pequena dor de cabeça. Assim, a jovem Juliana Pinatti Bardella relata o início da sua jornada contra a trombose venosa cerebral, uma grave doença que pode ser provocada pelo uso de anticoncepcionais. O relato, publicado no Facebook, já teve mais de 120 mil curtidas e 38 mil compartilhamentos em menos de um dia.
No relato, Juliana conta que a dor de cabeça aumentou gradativamente até o dia que perdeu os comandos cerebrais e não conseguiu mais se mover ou realizar atividades simples, como uma ligação telefônica.
“Era sexta-feira, dois dias após ter ido ao hospital. Acordei pela manhã para ir à aula, quando fui levantar da cama minha perna direita não respondeu ao meu comando, mas com algum esforço levantei. Escovando os dentes percebi que minha mão direita também não estava normal. Tentei me vestir, sem sucesso. Aquilo estava muito estranho, então não fui a aula e resolvi esperar passar. Não passou”
Depois de ser levada ao hospital e dar entrada na UTI, a jovem descobriu que a doença havia sido causada pelo uso de anticoncepcionais. Juliana diz ser consumidora do YAZ há cinco anos, e que nenhum dos três ginecologistas dos quais foi paciente, havia a informado sobre os perigos do medicamento.
Após ser vítima da doença, a jovem diz ter sido informada de diversos casos de pessoas que passaram por situações em comum. Ela finaliza o relato afirmando não ser contra o uso do anticoncepcional mas incentivando que as mulheres busquem mais informações sobre ele.
Confira o relato completo:
A doença
A trombose é uma doença venosa que pode ser fatal. Ela acontece com a formação de coágulos sanguíneos nas veias superficiais e profundas, podendo acometer também as artérias, impedindo a circulação do sangue. O tipo mais recorrente é a trombose venosa profunda (TVP), que ocorre principalmente nas veias da pernas.
O anticoncepcional é um grande desencadeador na ocorrência da TVP e do tromboembolismo pulmonar (TEP). O hormônio drospirenona é o grande vilão nesses casos. Outros fatores também podem contribuir para o desenvolvimento da doença, como a trombofilia, o uso de cigarros e falta de atividades físicas.
Após uma pesquisa da agência americana FDA, divulgada em 2011, que indica um risco aumentado de formação de coágulos sanguíneos, de trombose venosa e tromboembolia pulmonar. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária emitiu um alerta para que seja comunicada sobre reações adversas graves com mulheres que tomam este tipo de medicamento.
O laboratório Bayer, que fabrica o Yaz, informou que a empresa segue a decisão da Comissão Europeia, que concluiu que “os benefícios dos contraceptivos hormonais combinados na prevenção da gravidez não planejada continuam a superar os riscos e que a possibilidade de tromboembolismo venoso (TEV), associada ao uso de contraceptivos hormonais combinados, é pequena”, disse em nota ao G1.
