“Não importa o seu candidato, desde que não seja Bolsonaro”. Esta é a única bandeira fixa do grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”, que conta com mais de 3,5 milhões de membros nesta sexta-feira (28).
Criado em agosto no Facebook, o grupo vem crescendo exponencialmente e colecionando ataques e críticas da oposição. Em duas semanas, o grupo teve um crescimento de cerca de 2 milhões de integrantes, que aos poucos vão sendo adicionadas pelas administradoras e moderadoras do grupo, que atualmente se somam em 57 mulheres.
O grupo chegou a ser hackeado por eleitores do presidenciável e, ainda, sofreu com algumas tentativas para derrubá-lo e tirá-lo da plataforma digital. Entre os ataques mais graves estão o hackeamento da publicitária Ludimilla Teixeira, fundadora do grupo, que durante 10 dias permaneceu afastada do grupo e da própria rede social.
Na última terça-feira (25), Ludimilla postou um vídeo no próprio grupo agradecendo a equipe do Facebook no Brasil, que proporcionou contato com a corporação diretamente do Estados Unidos para que as auxiliassem em relação aos perfis hackeados e a reativação a página.
Outro ataque radical foi a agressão contra uma das organizadoras do grupo. Maria Tuca Santiago, filiada ao Psol, foi agredida na noite de segunda-feira (24), no Rio de Janeiro. Em nota, o Psol afirmou que Maria Tuca foi agredida por três homens num táxi armados com revólver. Segundo interlocutores do partido no Rio, ela teve seu celular roubado e foi agredida com soco e coronhada.
Em resultado aos muitos ataques e críticas das manifestações e posicionamentos do grupo, as administradoras do movimento esperam que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investigue o hackeamento como crime eleitoral cometido pela campanha do candidato Jair Bolsonaro (PSL).
Manifestações
Ludimilla afirma que o grupo nasceu com a intenção de agregar os discursos de eleitoras indignadas com os posicionamentos do presidenciável em relação aos direitos das mulheres. Do grupo, nasceram as hashtags #elenão, #elenunca, #elejamais, que impulsionaram manifestações em todo país contra a candidatura e ao possível governo de Jair Bolsonaro.
Ao Bhaz, a publicitária se diz muito alegre com o rumo que o grupo tomou. “Nós não esperávamos essa repercussão e a quantidade de mulheres que se uniram ao grupo. Ele se tornou algo muito maior que um grupo de Facebook, mas sim uma rede de mulheres que oferece um suporte a todas; onde todas discutem assuntos diversos e se sentem seguras”, declarou.
Parte da mobilização do grupo se deve ao resultado de uma das pesquisas do Data Folha. Bolsonaro é o candidato mais rejeitado pelo eleitorado: 43% declararam que não votariam nele de jeito nenhum, parcela que sobe para 49% entre as mulheres. Caso o presidenciável passe para o segundo turno, o eleitorado feminino pode ser um forte impedimento para sua vitória.
Administradoras e membros do grupo esperam alcançar a marca dos 4 milhões de participantes neste sábado (29), data marcada para as inúmeras manifestações no país. Em Belo Horizonte, ato contra Bolsonaro terá participação de blocos do Carnaval e simpatizantes da causa feminina.
O contrário
Em contra partida, mulheres a favor do candidato criaram o grupo ‘Mulheres com Bolsonaro #17 (oficial)’ em resposta ao ‘Mulheres Unidas Contra Bolsonaro’, que contém mais de 700 mil integrantes, segundo o portal Universa. Em relação ao grupo rival, Ludimilla alfineta: “O grupo é para mulheres, mas a maioria são homens? Isso não faz sentido”. Além do grupo, várias demonstrações de apoio ao candidato se alastraram pelas redes sociais com a hashtag #MulheresComBolsonaro.
Deus acima de tudo 1⃣7⃣#MulheresComBolsonaro#ForçaBolsonaro pic.twitter.com/iknYGrAPR3
— Rosana (@nascidacomsorte) September 13, 2018
Saudações a quem tem coragem #MulheresComBolsonaro pic.twitter.com/bhaWC4FsZN
— Luigi Benesilvi (@Spacelad43) September 13, 2018
Mulher, negra, Cristã, pobre apoiadora de Bolsonaro? é uma faxista, taxysta, bicicletista, paraquedistas, taxysta mesmo.
kkk e antes que eu me esqueça,eu sou livre para votar em quem eu quiser! kk é 17 #MulheresComBolsonaro #TmjComBolsonaro17 pic.twitter.com/SvgMardNBZ
— Vivi Souza B7 1⃣7⃣ (@Brasil_LivreB17) September 13, 2018
A esquerda só dá tiro no pé.
Essa fraude da página Mulheres Contra Bolsonaro despertou todas as mulheres que estavam caladas e que apoiavam ele.
E mulher de verdade não leva desaforo de baranga xiliquenta feminista e covarde pra casa.
Acordaram o furacão. #MulherescomBolsonaro— Milene Reis ??1⃣7⃣?? GAB ? @milenereis (@milenereis) September 14, 2018