A força do #EleNão: grupo de mulheres contra Bolsonaro ultrapassa 3,5 milhões

(Agência Brasil/Divulgação)

“Não importa o seu candidato, desde que não seja Bolsonaro”. Esta é a única bandeira fixa do grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”, que conta com mais de 3,5 milhões de membros nesta sexta-feira (28).

Criado em agosto no Facebook, o grupo vem crescendo exponencialmente e colecionando ataques e críticas da oposição. Em duas semanas, o grupo teve um crescimento de cerca de 2 milhões de integrantes, que aos poucos vão sendo adicionadas pelas administradoras e moderadoras do grupo, que atualmente se somam em 57 mulheres.

Captura do grupo ‘Todas Contra Bolsonaro’ do dia 18 de setembro. (Facebook/Reprodução)

O grupo chegou a ser hackeado por eleitores do presidenciável e, ainda, sofreu com algumas tentativas para derrubá-lo e tirá-lo da plataforma digital. Entre os ataques mais graves estão o hackeamento da publicitária Ludimilla Teixeira, fundadora do grupo, que durante 10 dias permaneceu afastada do grupo e da própria rede social.

Na última terça-feira (25), Ludimilla postou um vídeo no próprio grupo agradecendo a equipe do Facebook no Brasil, que proporcionou contato com a corporação diretamente do Estados Unidos para que as auxiliassem em relação aos perfis hackeados e a reativação a página.

A publicitária Ludimilla Teixeira, fundadora do grupo ‘Mulheres Unidas Contra Bolsonaro’, comemora retorno à plataforma e administração do grupo, após ataque de hackers. (Facebook/Reprodução)

Outro ataque radical foi a agressão contra uma das organizadoras do grupo. Maria Tuca Santiago, filiada ao Psol, foi agredida na noite de segunda-feira (24), no Rio de Janeiro. Em nota, o Psol afirmou que Maria Tuca foi agredida por três homens num táxi armados com revólver. Segundo interlocutores do partido no Rio, ela teve seu celular roubado e foi agredida com soco e coronhada.

Em resultado aos muitos ataques e críticas das manifestações e posicionamentos do grupo, as administradoras do movimento esperam que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investigue o hackeamento como crime eleitoral cometido pela campanha do candidato Jair Bolsonaro (PSL).

Manifestações

Ludimilla afirma que o grupo nasceu com a intenção de agregar os discursos de eleitoras indignadas com os posicionamentos do presidenciável em relação aos direitos das mulheres. Do grupo, nasceram as hashtags #elenão, #elenunca, #elejamais, que impulsionaram manifestações em todo país contra a candidatura e ao possível governo de Jair Bolsonaro.

Ao Bhaz, a publicitária se diz muito alegre com o rumo que o grupo tomou. “Nós não esperávamos essa repercussão e a quantidade de mulheres que se uniram ao grupo. Ele se tornou algo muito maior que um grupo de Facebook, mas sim uma rede de mulheres que oferece um suporte a todas; onde todas discutem assuntos diversos e se sentem seguras”, declarou.

Parte da mobilização do grupo se deve ao resultado de uma das pesquisas do Data Folha. Bolsonaro é o candidato mais rejeitado pelo eleitorado: 43% declararam que não votariam nele de jeito nenhum, parcela que sobe para 49% entre as mulheres. Caso o presidenciável passe para o segundo turno, o eleitorado feminino pode ser um forte impedimento para sua vitória.

Administradoras e membros do grupo esperam alcançar a marca dos 4 milhões de participantes neste sábado (29), data marcada para as inúmeras manifestações no país. Em Belo Horizonte, ato contra Bolsonaro terá participação de blocos do Carnaval e simpatizantes da causa feminina.

O contrário

Capa do grupo de Facebook ‘Mulheres com Bolsonaro #17. (Facebook/Reprodução)

Em contra partida, mulheres a favor do candidato criaram o grupo ‘Mulheres com Bolsonaro #17 (oficial)’ em resposta ao ‘Mulheres Unidas Contra Bolsonaro’, que contém mais de 700 mil integrantes, segundo o portal Universa. Em relação ao grupo rival, Ludimilla alfineta: “O grupo é para mulheres, mas a maioria são homens? Isso não faz sentido”. Além do grupo, várias demonstrações de apoio ao candidato se alastraram pelas redes sociais com a hashtag #MulheresComBolsonaro.

Marcella Oliveira

Publicitária e redatora do portal BHaz.

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