Funcionária que enviou WhatsApp na campanha de Bolsonaro ganha cargo no Planalto

Valter Campanato/Agência Brasil

Taíse de Almeida Feijó, funcionária de uma agência de comunicação e responsável por contratar o envio em massa de mensagens de WhatsApp contra o Partido dos Trabalhadores (PT) durante a campanha presidencial de Jair Bolsonaro (PSL), trabalhará em um cargo comissionado na Secretaria-Geral da Presidência.

A nomeação publicada no Diário Oficial da União de segunda-feira (14) prevê que ela estará atuando junto com um dos principais articuladores da campanha do capitão da reserva: o secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno. O salário de Taíse será em torno de R$ 10,5 mil.

Durante o período eleitoral, Taíse trabalhou na AM4 Inteligência Digital, agência escolhida pelo PSL para a campanha de Bolsonaro. De acordo com a agência, Taíse era a responsável por contratar as mensagens que eram enviadas pelo aplicativo de mensagens instantâneas.

A compra e envio de mensagens em massa é proibida pela legislação eleitoral, pois pode ser considerada como doação ilegal de empresas. A prática foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo durante o segundo turno das eleições para o Palácio do Planalto. A Polícia Federal (PF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investigam o caso.

Nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (Reprodução/DOU)

Após a publicação da Folha, uma série de mensagens enviadas para a campanha de Jair Bolsonaro foi excluída, sendo que uma delas solicitava doações financeiras à candidatura. Uma das listas de conatos apagados tinha mais de 8 mil números de telefone e quem tinha o login de acesso para as ações de campanha era Taíse Feijó.

A AM4 informou ao UOL que Taíse contratou o serviço remotamente e que cadastrou uma senha. No entanto, a agência ponderou que a funcionária disse não ter deletado “nada” do sistema.

Para prestar serviços na campanha de Bolsonaro, a AM4 recebeu R$ 650 mil. O envio de mensagens em massa pelo WhatsApp também foi realizado pela campanha de Fernando Haddad (PT).

Critérios técnicos

A Secretaria-Geral da Presidência alegou que a nomeação de Taíse Feijó foi baseada em critérios técnicos e que ela foi submetida a avaliação curricular e entrevista.

Com relação à atuação de Taíse na campanha eleitoral, a secretaria destacou que não avalia a experiência dos candidatos, mas sim os resultados obtidos durante a trajetória profissional.

Com informações do UOL

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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