Uma recém-nascida, de apenas 7 dias, foi salva por orientações de um sargento do Corpo de Bombeiros na noite dessa terça-feira (19), na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A pequena estava engasgada após tomar um remédio, e a mãe da criança ligou para os bombeiros.
O caso aconteceu na rua Ascânio Burlamarque, no bairro Comiteco, por volta das 19h15. Após tomar um remédio, a criança começou a se engasgar. A primeira reação da família foi ligar para o Corpo de Bombeiros, através do 193.
Com 28 anos atuando no Corpo de Bombeiros, o sargento Flávio Augusto foi o responsável por auxiliar a mãe da pequena. “Orientei a fazer algumas manobras iniciais, mas não estavam surtindo efeito. Como é um neném muito pequenininho, disse para fazer a manobra de sucção do nariz com a boca, eu funcionou”, explica.
Emocionado, o sargento conta que já passou por situações similares diversas vezes. “Quando ouvi o choro do bebê ao telefone, quase fui às lágrimas também. Graças a Deus nunca perdi nenhum bebê durante esses atendimentos”, completa.
Após as orientações, as vias aéreas da criança foram desobstruídas e ela voltou a respirar normalmente. A mãe ainda foi orientado a comparecer a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para que um profissional de saúde avaliasse a criança.
Somente nessa terça-feira, outros dois bebês ou crianças (a corporação não soube precisar a idade) foram salvas por telefones, após orientações dos bombeiros, na Grande BH.
O bebê engasgou, e agora?
Para resolver esse tipo de situação, o Corpo de Bombeiros explica que, em primeiro lugar, é ligar para o 193. Veja algumas orientações do que fazer quando acontece a Obstrução de Vias Aéreas Lactente e Neonato.
Avaliação inicial: Cianose (coloração azulada da pele e das mucosas, devido à baixa oxigenação sanguínea, principalmente lábios) e olhos arregalados, além da dificuldade de chorar, tossir e emitir sons. Solicite imediatamente que alguém ligue 193, informando a emergência, e pedindo orientações. Lembre-se de fornecer uma boa referência como escolas, hospitais ou principais avenidas próximas.
Conduta: Verifique consciência.
1º) Se consciente, verifique:
- A vítima respira normalmente?
- A vítima consegue chorar?
- A vítima consegue emitir som?
Caso positivo para algum critério acima, acalme o paciente e o encaminhe a recurso hospitalar no colo do socorrista, pai, mãe ou responsável.
2º) Se consciente e não consegue tossir nem emitir som, e a obstrução tenha sido por líquido:
- Peça à mãe, pai ou parente que sugue com a boca a boca e o nariz da vítima;
- Em seguida o socorrista deve ventilar duas vezes. Caso a obstrução se mantenha, execute cinco pancadas entre as escápulas, cinco compressões no tórax;
- Faça as pancadas e compressões e até o líquido sair, o paciente respirar normalmente ou tornar-se inconsciente.
3º) Se consciente e não consegue tossir, nem emitir som, e a obstrução tenha sido por corpo estranho sólido detectado ou presenciado:
- Retire o corpo estranho se visível;
- Caso não veja o corpo estranho e/ou a obstrução se mantenha, execute cinco pancadas entre as escápulas, cinco compressões no tórax;
- Faça as pancadas e compressões até o objeto sair, o paciente respirar normalmente ou tornar-se inconsciente.
Se o paciente tornar-se inconsciente, cheque a boca à procura do corpo estranho (apenas visualmente, sem colocar a mão na boca da vítima).
4º) Se inconsciente e não respira:
- Inicie as manobras de ressuscitação cardiopulmonar até a chegada do serviço de emergência;
- Caso esteja sozinho com uma criança ou lactente vítima de parada cardiorrespiratória não presenciada e tenha que deixá-la sozinha para pedir ajuda ou buscar um Desfibrilador Externo Automático-DEA, execute primeiro 2 minutos de RCP para depois se ausentar;
- Execute compressões rápidas e fortes, na metade inferior do osso esterno, com frequência de no mínimo 100 por minuto e no máximo 120 por minuto;
- A profundidade das compressões deve ser cerca de 5 cm em criança e cerca de 4 cm em lactente;
- Em criança, posicione 1 ou 2 mãos na metade inferior do osso esterno (dependendo do tamanho da criança). Não comprima sobre o processo xifóide;
- Permita o retorno total do tórax após cada compressão. Não se apoie sobre o tórax após cada compressão e durante as ventilações.