O adolescente Gabriel Lucas Alves, de 15 anos, passou por uma cirurgia no início da tarde desta quarta-feira (24), no Hospital Regional de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele teve uma das pernas amputadas depois de ser ferido por uma linha chilena, no último sábado (20).
Gabriel voltava para casa depois de treinar em um campo de futebol em Betim, quando uma linha chilena provocou um corte profundo em uma das pernas dele. A linha estava presa em um ônibus e, segundo testemunhas, o coletivo a arrastou criando uma espécie de guilhotina. Ele foi atingido na altura do joelho.
O adolescente passou por duas cirurgias logo que deu entrada na unidade de saúde. A equipe médica do local não descartou a possibilidade de que a perna dele fosse amputada, o que se confirmou dias depois.
Um dos médicos responsáveis pela cirurgia de amputação de Gabriel concedeu entrevista coletiva após o procedimento. Fernando Assis explicou que o menino chorou bastante ao receber a notícia de que não poderia jogar bola com a perna, já que o sonho dele era ser jogador de futebol. Ele tinha um teste marcado para a próxima terça-feira (6) em um clube de futebol de Betim.
“Essa perna sua não vai jogar bola com ela mais, mas, com a prótese, eu tenho certeza de que vai jogar e que vai me chamar para assistir o jogo”, disse o médico ao dar a notícia da amputação. Segundo ele, inicialmente, Gabriel chorou bastante, mas depois animou-se com a ideia de jogar na modalidade paraolímpica. “É isso mesmo. Vou jogar no paralímpico, vou jogar com a minha perna”, teria dito o garoto, que segue internado.
Crime
A linha chinela tem sido a preferida dos praticantes de papagaio. O material é resistente e tem um poder de corte quatro vezes mais maior que uma linha com cerol feito de vidro. O cerol chileno é feito com uma mistura de quartzo e óxido de alumínio.
Em Minas, o uso da linha chilena é crime tipificado pela Lei 14.349 de 2002. As penas podem ser de detenção e multa de até R$ 1,5 mil para quem usar o material cortante. Vender a linha também é crime e a detenção pode ser de dois a cinco anos de prisão, além de multa.
