Zema quer que Vale faça obras para ‘reparar danos’ após rompimento de barragem em Brumadinho

Henrique Coelho/Amanda Dias/BHAZ

O governador Romeu Zema (Novo) informou em coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira (20), que quer que a Vale realize obras no Estado para “compensar” o desastre causado pelo rompimento da barragem B1, da Mina do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana da capital. A tragédia aconteceu há quase um ano, no dia 25 de janeiro de 2019. 

“Achamos justo a empresa reparar o Estado não pagando multa ao Tesouro, mas fazendo obras de infraestrutura. Isso ainda está em negociação e serão obras de caráter social que melhorará a qualidade de vida dos mineiros”, disse o chefe do Executivo de Minas Gerais. Ele completou que “a empresa provocou um grande dano e isso [as obras] é para redimir parcialmente os danos perante o Estado onde ela [Vale] surgiu e extraiu sua riqueza”.

Zema destacou que a mineradora está resistente com o pedido, mas acredita que o acordo acontecerá. Por não haver definição sobre o caso, o governador não pôde adiantar quais obras pretende que a mineradora faça.

Anúncio foi feito durante coletiva (Vitor Fórneas/BHAZ)

“Não vou adiantar nenhum tipo de obra, pois não chegamos ao acordo. Posso dizer que elencamos dezenas delas. Estou acreditando que vamos costurar o acordo para reparar o Estado e será uma grande notícia para os mineiros que há anos não têm investimento. Serão obras de grande impacto na vida das pessoas”, disse antes de sair para uma agenda em Ubá, na Zona da Mata Mineira.

O governador ainda destacou que o impacto na atividade minerária, depois do rompimento da barragem, fez Minas Gerais ser o Estado que menos cresceu no segundo e terceiro trimestre do ano passado. “Tivemos recessão e ela está conectada à crise que surgiu no setor de mineração devido à tragédia causada pela Vale”, disse,

O BHAZ entrou em contato com a Vale, mas até o fechamento desta matéria não recebeu posicionamento da mineradora.

Buscas

O Corpo de Bombeiros segue na região buscando por 11 vítimas. Até o momento, 259 foram identificadas, conforme a Polícia Civil. O trabalho para encontrar as outras vítimas, no entanto, fica mais complicado no período chuvoso, segundo o coronel Edgar Estevão, comandante-geral do Corpo de bombeiros de Minas Gerais e responsável pelas atividades de busca e salvamento.

“Com o tempo chuvoso temos dificuldade de fazer com que as máquinas pesadas cheguem aos locais de busca e reduzimos o número do efetivo, que passa da média de 150 para 90”. disse. Para localizar as vítimas restantes, os militares tentarão, primeiro, escavar até uma profundidade de três metros. Porém, se for necessário, eles podem chegar a uma profundidade de seis metros. 

Durante o ano, 3 mil profissionais participaram das buscas, sendo 260 vindos de outros 16 Estados brasileiros e 136 profissionais de Israel.

Culpado pelo rompimento

A Polícia Civil pretende concluir nos próximos dias o inquérito que investiga as causas do rompimento da barragem da Vale.

“Faltam perícias para ser concluídas e num curto prazo daremos respostas ao Judiciário, apontando as pessoas que devem ser penalizadas criminalmente”, disse o procurador-geral do Ministério Público de Minas Gerais, Antônio Sérgio Tonet.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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