Enquanto, no Brasil, os times femininos de futebol lutam pelo reconhecimento e as jogadoras continuam sendo objetificadas, na Inglaterra, a história é outra. O Chelsea se tornou o primeiro clube do mundo a adaptar os treinos ao ciclo menstrual das jogadoras de futebol.
A iniciativa, que tem como objetivo melhorar o desempenho do elenco e reduzir a possibilidade de lesões, foi tomada pela gerente de futebol e técnica do time, Emma Hayes. Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, ela contou que a alimentação das jogadoras também será adaptada de acordo com o ciclo.
“Sou treinadora de mulheres em uma área em que as mulheres sempre foram tratadas como ‘homens pequenos’. O ponto de partida é que passamos por algo muito diferente dos homens todo mês. E temos que entender isso melhor porque, na escola, não aprendemos sobre nosso sistema reprodutivo”, explicou Hayes.
“I am a female coach in an industry where women have always been treated like small men” – @emmahayes1
— Telegraph Women’s Sport (@WomensSport) February 14, 2020
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EXCLUSIVE: @ChelseaFCW become the first club to tailor training to menstrual cycle.https://t.co/k2mI5uG372 pic.twitter.com/hDHJkuGUJM
Por meio do aplicativo FitrWoman, as mulheres poderão registrar dados sobre a saúde menstrual e o clube, com o consentimento delas, poderá monitorar as informações para adequar o treino. A iniciativa pode ajudar a controlar flutuações de peso e energia ao longo do mês, além de diminuir a suscetibilidade a lesões nos tecidos moles, que estão ligadas a alterações hormonais.
Segundo a criadora do app, a fisiologista Georgie Bruinvels, as diferentes fases do ciclo podem ter efeitos diferentes no desempenho das atletas. Durante a menstruação e a pré-menstruação, por exemplo, a coordenação delas pode ser prejudicada.
“Seria incrível se outros começassem a fazer isso. Essas jogadoras serão a primeira geração de mulheres educadas sobre o ciclo menstrual e espalharão esse conhecimento o mais longe que puderem. Esperamos que isso se torne uma cultura em todos os clubes de futebol do mundo, para que todos possam lidar com os ciclos menstruais”, finalizou Emma Hayes.