Youtuber Gabriel Monteiro já respondeu a mais de 70 faltas disciplinares, diz PM do Rio

@gabrielmonteiropm/Instagram/Reprodução

O policial militar e youtuber Gabriel Monteiro tem levantado uma campanha nas redes sociais em sua defesa contra o processo de expulsão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). O soldado alega que é perseguido dentro da corporação por denunciar associações criminosas dos próprios militares.

Do outro lado, a PMERJ também usou o Twitter para justificar o processo. Segundo a corporação, Gabriel Monteiro já respondeu a mais de 70 faltas disciplinares, tem o comportamento classificado como mau e possui 16 punições em sua ficha.

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O youtuber ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) se defendeu alegando que os números são falsos. “Prova cabal que sou perseguido por lutar contra a corrupção dentro da PMERJ. Se me acusaram 70 vezes, e só me enquadraram 16, é público e notório a vontade de me destruir. Detalhe é mentira o número 16”, respondeu.

Ainda assim, a PM reforçou que Gabriel teria agido em desacordo com as normas da corporação, ao propagar críticas e ofensas ao seus integrantes, “sem apresentar provas, em suas mídias sociais”.

Como funciona a Justiça dentro da PM

O especialista em Segurança Pública Robson Sávio explica ao BHAZ que a polícia é uma estrutura militar muito hierarquizada e cheia de regras. “Apesar das regras servirem para todos, a forma de punição é muito diferente, porque há uma tendência de proteção institucional do oficialato e de menos proteção as hierarquias inferiores”, avalia.

Robson diferencia as formas como um militar pode ser investigado dentro da corporação. “Quando o policial comete um crime, principalmente no exercício da sua função, a denúncia pode vir tanto do cidadão, quanto de sua própria estrutura, que apura crimes e infrações, principalmente disciplinares”, detalha.

A campanha #somostodosgabrielmonteiro

O soldado está respondendo um procedimento interno na PMERJ por apresentar conduta irregular. A corporação garante que o militar terá direito a ampla defesa, assim como todas as garantias constitucionais.

A corporação informa ainda que todo policial submetido ao Conselho de Revisão Disciplinar, como é o caso de Gabriel, tem o porte de arma e a identidade militar revogados.

No entanto, o militar afirma que está sendo perseguido pela corporação. Gabriel alega que o processo é uma retaliação pelas denúncias que ele faz nas redes sociais. O youtuber publica vários conteúdos sustentando acusações de corrupção dentro da PMERJ.

Alegando que estava vulnerável sem porte de armas e sendo perseguido pela corporação, o soldado recorreu às redes sociais para pedir apoio dos seguidores. O assunto “somos todos Gabriel Monteiro” chegou a ser um dos mais comentados no Twitter.

Nota da PMERJ

“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro esclarece que o referido Soldado responde a Comissão de Revisão Disciplinar, procedimento interno previsto para avaliar conduta dos integrantes da Corporação.

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, como as demais instituições militares do país, tem como pilares os princípios da hierarquia e disciplina.

Vale ressaltar que o rito do procedimento prevê a ampla defesa e o contraditório  quanto às imputações de transgressões disciplinares nele contidas. Todas as garantias constitucionais são asseguradas aos integrantes da Corporação, oficiais ou praças.”

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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