Carlos Bolsonaro é identificado pela PF como articulador de esquema criminoso, diz jornal

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Carlos Bolsonaro foi identificado como um dos articuladores, diz jornal (Reprodução)

A Polícia Federal identificou um dos filhos do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o vereador carioca Carlos Bolsonaro, como um dos articuladores de esquema criminoso de fake news. É o que afirma reportagem publicada neste sábado (25) pela Folha de S. Paulo.

Segundo a matéria assinada pelo repórter Leandro Colon, há a certeza dentro da Polícia Federal de que Bolsonaro intensificou as pressões sobre o agora ex-diretor da corporação Maurício Valeixo justamente porque tinha ciência que as investigações já tinham chegado ao seu filho.

O objetivo do mandatário seria ter acesso às informações sigilosas e eventualmente conseguir mudar a direção das investigações trocando os delegados responsáveis. Justamente para evitar essa tese que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, relator do inquérito, determinou que os delegados não sejam modificados.

Crise

Em pronunciamento realizado ontem no Palácio do Planalto, após pedido de demissão de Moro, o presidente da República disse estar “decepcionado e surpreso” com as atitudes do agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública.

Bolsonaro admitiu que deseja sim “interagir” com o diretor da PF. “Falei para que ele [Moro] que quero um delegado […] que eu possa interagir com ele. Por que não? Eu interajo com os órgãos de inteligência das Forças Armadas, eu interajo com a Abin [Agência Brasileira de inteligência], interajo com qualquer um do governo”, afirmou.

O presidente, no entanto, disse que o motivo para trocar Valeixo seria o cansaço do então diretor da PF. “Conversando ontem com o Moro, entre muitas coisas, até que chegou na questão Valeixo, e eu falei que está na hora de botar um ponto final nisso. Ele está cansado, está fazendo como pode o seu trabalho. Pessoalmente, não tenho nada contra ele”, disse.

‘Interferência política’

Moro, por sua vez, fez acusações graves durante pronunciamento realizado mais cedo para anunciar sua demissão. O ex-juiz contou que Bolsonaro queria nomear alguém da confiança dele “para colher relatórios e informações e até atender ligações”, antes de complementar que não concorda com a proximidade do Executivo com as investigações da corporação.

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Moro afirmou ainda que não sabia que a exoneração de Valeixo seria publicada nessa sexta-feira. Ele não teria sido consultado e o ex-diretor-geral não havia pedido para ser exonerado. Ele inclusive afirma não ter assinado a exoneração.

“Eu não tinha como aceitar essa substituição. Eu não me senti confortável. Acima de tudo eu tenho que preservar o compromisso que assumi com o presidente de combate ao crime organizado. Estou sendo fiel a esse compromisso”, disse.

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