A PF (Polícia Federal) indiciou, na tarde desta quinta-feira (7), o atual deputado federal e ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG) e outras 11 pessoas por corrupção passiva e ativa, desvio de recursos públicos e falsidade ideológica, por irregularidades na construção da Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais.
Com orçamento prévio de R$ 900 milhões, a construção ficou em mais de R$ 1,8 bilhão conforme o TCE (Tribunal de Contas do Estado). A investigação foi iniciada em 2017 para apurar os fatos revelados por Sérgio Neves, ex-diretor superintendente da Odebrecht em Minas.
Na época, Oswaldo Borges era presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais) e havia determinado que 3% dos contratos da Odebrecht, Queiroz Galvão e a OAS seriam destinadas para as campanhas políticas do tucano. Além disso, há indícios de desvio de recursos públicos mediante contratações fictícias, cujas prestações de serviços não foram executadas.
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De acordo com a PF, a fraude à licitação e os recursos desviados resultaram no total de 232 milhões de reais de prejuízos que, em valores atualizados, totalizam R$ 747 milhões de danos à Administração Pública.
Além de Aécio, outras 11 pessoas – representantes das empreiteiras envolvidas -, foram indiciadas pelos crimes de corrupção passiva e ativa, desvio de recursos públicos e falsidade ideológica, cujas penas máximas, se somadas, totalizam 41 anos de reclusão.
Por meio de nota, a defesa de Aécio Neves considerou a decisão absurda. “A conclusão da autoridade policial é absurda e contraria as investigações da própria PF que, depois de mais de três anos de investigações, não encontrou nada que comprometesse a atuação do deputado Aécio Neves”, diz em um trecho.
“A obra foi acompanhada por auditoria independente e seu edital apresentado ao TCE e ao Ministério Público que não apontaram qualquer irregularidade. Sequer os aditivos de preço autorizados por lei foram praticados à época. A defesa confia que a Justiça comprovará o absurdo da acusação”, completa a defesa.