Professores da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) fizeram uma manifestação silenciosa para pedir o pagamento do 13º salário de 2019 e também o referente a abril, ainda sem data para recebimento. O ato ocorreu na frente da casa do governador Romeu Zema (Novo), com apenas oito pessoas, para não haver aglomeração, na noite dessa quinta-feira (14).
Ao BHAZ, Simone Carvalho, professora e presidente da Associação dos Docentes da UEMG, afirma que a categoria vive “uma situação calamitosa”. “Os professores estão em teletrabalho. Todas as atividades, exceto a aula presencial, estão sendo mantidas. Ainda participamos de bancas, atividades de pesquisa, extensão, atendimentos a alunos, projetos, entre outros”, diz.
Segundo a líder dos professores, 80% do corpo docente ainda não recebeu o 13º de 2019 e já estão com o salário de abril atrasado. “Nós sempre somos preteridos no pagamento dos nossos salários. Nosso último recebimento, parcelado, foi o referente a março, que terminou de ser pago somente no dia 30 de abril”, continua Simone.
“Estivemos na casa do governador ontem, fomos bem recebidos pela população que mora no entorno. Acompanharam a manifestação, fomos num grupo de oito pessoas, para evitar aglomeração e não quebrar o decreto do prefeito Kalil. Não gritamos, não ofendemos ninguém. Só fomos na porta aguardar o Zema voltar. Ficamos lá das 17h30 até às 20h, indo embora depois quando soubemos que ele não retornaria”, explica.
Sem diálogo
A professora ainda explica que não existe diálogo entre a categoria e o governo estadual. “Desde que o governo Zema começou, só fomos recebidos para reunião uma única vez. Gostaríamos de resolver essa situação, para que a educação não fique sempre em segundo plano”, relata.
“Estamos desde 2011 sem receber aumento. O governo diz que recebemos, mas quero saber onde está esse aumento, porque ninguém viu. A situação é calamitosa, já foi inclusive judicializada com ganho de causa. O governo realmente quer sucatear o ensino superior no estado”, completa.
Segundo a UEMG (leia a nota abaixo na íntegra), “até o momento, a Universidade não recebeu dos órgãos de Governo responsáveis pelo processamento e efetivação informações sobre os pagamentos aos professores, situação vivenciada também por diversas outras carreiras”.
O BHAZ entrou em contato com o governo de Minas e com a Secretaria de Educação para um posicionamento sobre o assunto. Contudo, nenhuma resposta foi enviada até a publicação desta matéria. A reportagem será atualizada caso os posicionamentos sejam recebidos.
Nota da UEMG
“A demanda dos Professores de Educação Superior por definição sobre o pagamento do salário e do 13º tem sido recorrente junto à Reitoria e ao Conselho Universitário da UEMG. Em que pese a situação delicada em que se encontram as finanças estaduais, a carreira tem alertado a Universidade que o cenário de pandemia agravou as dificuldades vividas pelos profissionais. Até o momento, a Universidade não recebeu dos órgãos de Governo responsáveis pelo processamento e efetivação informações sobre os pagamentos aos professores, situação vivenciada também por diversas outras carreiras.
Com relação ao teletrabalho e projetos relacionados ao enfrentamento da Covid-19, a UEMG reforça o compromisso com a sociedade mineira e segue incentivando e trabalhando para auxiliar nossa população nesse momento de grande dificuldade. Além das atividades passíveis de continuidade, a comunidade acadêmica está envolvida em diversos projetos de pesquisa e extensão, como produção de máscaras, produção de álcool em gel, ações comunitárias, preparação de estruturas para realização de testes do Coronavírus, entre outros”.