A Polícia Civil de Pernambuco indiciou por abandono de incapaz, nesta quarta-feira (1), Sarí Côrte Real, ex-patroa da mãe de Miguel Otávio, de 5 anos, que morreu no dia 2 de junho após cair do 9.º andar de um prédio em Recife (veja mais aqui). Segundo as investigações, mesmo não tendo a intenção de matar o garoto, Sarí, intencionalmente, o deixou no elevador do edifício.
O acidente ocorreu quando a mãe do menino, Mirtes Renata, desceu para passear com o cachorro da empregadora. Miguel teria ficado aos cuidados de Sarí Côrte Real, que estava acompanhada, ainda, de uma manicure. Segundo as autoridades locais, o menino sentiu falta da mãe e teria começado uma busca por ela.
Uma empregada doméstica precisou levar o filho para o trabalho, e foi passear com o pet da sua patroa e deixou ele com ela, a patroa deixou o menino no elevador sozinho e ele caiu do 9 andar. Miguel tinha 5 aninhos! #justicapormiguel #VidasNegrasImportam pic.twitter.com/3FKh9EVgZy
— UpdateChart (@UpdateCharting) June 4, 2020
Sarí chegou a ser detida no dia do crime e foi autuada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No entanto, pagou uma fiança de R$ 20 mil e foi liberada.
O delegado Ramon Teixeira, responsável pelo caso, informou durante coletiva de imprensa transmitida pela internet, que as investigações mostraram que Sarí abandonou a criança de maneira consciente e dolosa. “Ela permite consciente e livremente o fechamento da porta. Porém, o resultado da morte poderia ter acontecido não apenas pela queda, mas por várias outras possibilidades de risco no prédio”, explica.
“A criança, da qual a gente tanto falou, tinha 5 anos de idade, ela sequer poderia ficar desacompanhada no elevador”, completou o delegado.
O perito André Amaral, que também participou da entrevista, disse que o laudo do IC (Instituto de Criminalística) confirma que o caso foi um acidente e que não houve interferência de nenhuma outra pessoa na morte do garoto.
O crime de abandono de incapaz tem pena prevista de quatro a 12 anos de reclusão. Agora o caso segue para o Ministério Público, que pode modificar o tipo penal. Sarí só será considerada réu caso a denúncia oferecida pelo MPPE seja aceita pela justiça.