Covid-19: Sete irmãs são contaminadas após encontro, uma morre

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Na primeira vez, a fonoaudióloga precisou ficar internada (IMAGEM ILUSTRATIVA – Amanda Dias/BHAZ)

Uma mulher morreu e seis irmãs dela foram contaminadas pela Covid-19 após um encontro na residência de uma delas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Além das sete irmãs, a filha da anfitriã também testou positivo para a doença após cuidar da mãe – e acredita que pode ter sido infectada pela segunda vez, uma vez que já tinha confirmado a contaminação em março.

Em entrevista ao BHAZ, a mulher afirma que precisou até mesmo ser internada na “primeira contaminação”. “No fim de março, tive diarreia, tosse e febre. Alguns dias depois, veio a falta de ar. Fui para o hospital e fiquei internada, mas não precisei ser entubada”, conta a profissional da área da saúde, cuja identidade será preservada a pedido.

“Terminei o tratamento tomando antibióticos. Voltei a trabalhar a partir da segunda quinzena de abril, mas continuei fazendo o isolamento social”, afirma, ao complementar que não chegou a fazer exame após a melhora. No entanto, ao cuidar da mãe após a reunião na qual as tias se contaminaram, em meados do último mês, voltou a apresentar os sintomas e testou, novamente, positivo.

“Repeti o exame em 2 de julho e o resultado saiu nesta semana. O resultado foi positivo novamente. Tenho certeza que fui reinfectada”, conta. Atualmente, os sintomas praticamente desapareceram – com exceção do olfato, ainda prejudicado -, mas ela afirma ter testado positivo, mais uma vez, em teste de farmácia nessa sexta-feira (10).

“Estou no 16º dia desde os primeiros sintomas. Será que eu não fiquei imune? Será que estou com Covid desde março ou será que fui reinfectada?”, questiona.

O que a ciência sabe?

O médico infectologista Leandro Curi explica ao BHAZ que a ciência ainda não tem estudos concretos sobre imunização do Covid-19. “É uma penumbra científica e esperamos chegar à luz o mais cedo possível”, diz. “Existe imunidade duradoura para o Covid? A resposta é: ‘não sei’. Estudos mostram que parece que a imunidade dura apenas três meses. Contudo, precisamos de mais tempo para sabermos. Não temos nada concreto, ainda”.

Sobre o caso da profissional de saúde da região metropolitana de BH, Curi avalia que não é possível tirar uma conclusão definitiva. “O vírus pode ter continuado nas vias áreas superiores – garganta, boca e nariz – e ela positivou. Mas também pode ser uma reinfecção? Não sabemos. Nestes casos temos muito mais dúvidas do que certezas”.

Com relação ao teste de farmácia feito pela profissional da saúde, Curi faz um alerta. “Ele é altamente suscetível a falsos positivos e falsos negativos. O teste molecular é o padrão outro para detectar se a pessoa está com o vírus. Mesmo assim, vale lembrar que todos os testes tem limitações”, conclui.

Em Itatiaiuçu, na região Central de Minas, um jovem de 22 anos morreu após também acreditar que tinha se recuperado e, supostamente, ter contraído o vírus pela segunda vez. O caso está sendo investigado (relembre aqui).

Fatalidade

Além de supostamente contaminar a profissional da saúde pela segunda vez, a reunião entre as sete irmãs teve com desfecho a contaminação de todas elas. No caso mais grave, uma das senhoras morreu na última segunda-feira (6).

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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