Comemorando um mês de funcionamento nesta segunda-feira (13), o Projeto Canto de Rua Emergencial, que tem como objetivo amparar moradores em situação de rua na capital mineira, se consolida como um exemplo de sucesso nestes tempos difíceis. Realizado pela Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte, o projeto encerra este primeiro ciclo com mais de 10 mil pessoas atendidas na sede e milhares de kits de alimentação e higiene básica distribuídos.
O Canto de Rua foi inaugurado no dia 13 de junho (relembre aqui) e, já conseguiu ajudar muita gente. Até o último sábado (11), foram atendidas 10.042 pessoas na sede do projeto, na Serraria Souza Pinto, no Centro de BH. Também foram distribuídos 12 mil cafés da manhã, 535 kits inverno e mais de 20 mil kits lanche para pessoas em situação de vulnerabilidade, conforme dados divulgados pela pastoral.
O espaço da Serraria também funciona como hospedagem para mais 120 pessoas, dentre as quais são priorizadas aquelas que estão no grupo de risco da Covid-19. Inicialmente, este número era de 140, mas algumas conseguiram retomar o vínculo com suas famílias e voltaram para casa. E não é só às pessoas que a iniciativa tem feito bem: ao longo deste primeiro mês, quase 200 pets já foram atendidos pela equipe do projeto.
Falta de políticas públicas
Para os organizadores, a iniciativa é uma forma de resposta rápida da própria sociedade diante da falta de políticas públicas que contribuam para a diminuição da vulnerabilidade: “A pandemia evidencia de forma clara a desigualdade social, quando as formas de proteção, prevenção e tratamento envolvem condições minimamente humanas de saúde, moradia, trabalho e renda. É impressionante imaginar todas essas demandas descobertas e estas pessoas mais uma vez relegadas à própria sorte”.
O projeto, que funciona diariamente, das 8h às 14hs, oferece suporte à população de rua por meio de lanches, banho e sanitários, troca de roupa, corte de cabelo e barba, atendimento sócio assistencial e jurídico, orientações e cuidados com saúde básica, saúde bucal e prevenção
à Covid-19, atendimento e cuidados de saúde com os pets, auxílio para emissão de certidões, documentação, além de defesa e garantia de direitos. Antes de entrar, grupos de 30 pessoas passam por uma barreira sanitária onde casos suspeitos são encaminhados imediatamente para o atendimento público.
O Canto da Rua vai continuar oferecendo todos estes serviços até o dia 15 de agosto. Trata-se de uma iniciativa pioneira no país e de extrema importância, conforme lembrou uma das voluntárias em conversa com o BHAZ (leia aqui) na época da inauguração: “Precisamos mudar a visão da sociedade e do capital, pois muitos pensam no dinheiro e não pensam no social. É injusto viver em uma sociedade onde alguns podem se proteger enquanto outros morrem nas ruas”.
